24/10/2009

Veja Cinema: Entre os Muros da Escola

Canal Futura - Bárbara Viegas

Hoje na Sala do Professor assistimos e debatemos os assuntos que permeiam o filme "Pro dia nascer feliz."

Sobre o filme: "Pro dia nascer feliz."


Pro dia nascer feliz?
Delphine Michel,de São Paulo (SP)

“Nunca panfletário nem óbvio, João Jardim encontra um viés próprio para nos colocar frente a frente com o nosso futuro (...). Como uma lâmina precisa, o filme corta a alma”. (Fernando Meirelles)
Pro dia nascer feliz apresenta-se, aparentemente, como um documentário sobre o sistema educacional no Brasil. O diretor João Jardim, autor do lindíssimo documentário sobre cegueira e visão, Janela da alma, escolheu seis escolas, nos estados de Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco, para esboçar um retrato das desigualdades do acesso à Educação, trazendo depoimentos dos alunos dessas escolas. Ele evidencia os contrastes gritantes que existem dentro do sistema público, por exemplo, entre a escola da cidade de Manari, no Estado de Pernambuco, cidade com menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país, e as escolas de São Paulo. Mas, sobretudo, João Jardim registrou o abismo que existe entre uma escola da elite paulista – o colégio Santa Cruz – e qualquer escola do sistema público.
O filme abre com imagens de arquivo da campanha educacional de 1962, lembrando que, na época, 14 milhões de jovens não tinham acesso à educação. Uma manchete alardeava que “na cidade sem escola, jovens escolhem o crime”. Hoje, as estatísticas nos dizem que 97% dos jovens vão para escola, mas João Jardim lembra justamente que o acesso à escola em si não quer dizer nada: para que serve a escola, se não oferece perspectivas para os jovens? Para que serve se, pelo sucateamento que sofre o sistema público, a escola não ensina nada? Para que serve se as escolas, em vez de diminuírem as desigualdades, as reforçam?
Ele coloca poucos dados, mas suficientes para se ter uma idéia do abandono no qual se encontra a escola pública brasileira: 13.700 escolas brasileiras não têm banheiro; 41% dos alunos que ingressam no ensino fundamental não concluem a 8ª série. A metade dos alunos que concluem o ensino médio não sabe ler ou escrever. Mesmo o acesso físico à escola não é sempre garantido. Assim, há crianças que têm de percorrer mais de trinta quilômetros para chegar à escola de Inajá, em Pernambuco. Durante a semana da filmagem, essas crianças e jovens só conseguiram ter três dias de aula, porque o ônibus estava quebrado.
O olhar atento e discreto do diretor se dirige primeiro aos jovens. Para João Jardim, não se trata de realizar um estudo sociológico sobre o ensino no Brasil, nem de analisar as responsabilidades do Estado e do governo: ele quer simplesmente conhecer melhor a psiquê dos jovens brasileiros, mergulhados num mundo violento e sem perspectiva. Ele cita, no título, a letra de Cazuza, “Pro dia nascer feliz, essa é a vida que eu quis”, com a intenção de alertar-nos sobre o destino daqueles jovens que não terão a vida que queriam ter. “O filme tenta jogar um pouco de luz nessa questão de como o jovem se comporta dentro da escola, não apenas em relação aos professores, mas também em relação aos colegas e a esse momento intenso em que vive, num mundo extremamente violento e com poucas oportunidades” , afirma o diretor.
Essa opção de João Jardim poderia ser criticada. De fato, é uma pena que o diretor não tenha tentado “jogar luz” também sobre a questão do professor. O documentário deixa no ar várias acusações em relação às faltas dos professores e à ausência de compromisso com os alunos. O depoimento da diretora da escola de Itaquaquecetuba, nesse aspecto, só contribui para reforçar os preconceitos contra o professor: após explicar a substituição dos professores efetivos faltosos por eventuais (sem nem comentar o quanto esses professores eventuais são explorados), ela queixa-se do excesso de faltas e sustenta que é por causa da “legislação permissiva”. Os alunos também não vão muito além do conflito com o professor, que é apontado como um dos principais responsáveis da baixa qualidade do ensino.
Nesse aspecto, existe certo desequilíbrio no documentário. Só o depoimento da professora Celsa (Itaquaquecetuba) – reconhecida como uma boa professora pelos alunos, já que ela incentiva a criatividade dos mesmos, através do fanzine da escola – expressa o dilema quotidiano dos professores, o esgotamento físico e moral que eles sofrem dentro de uma instituição que os abandona ao seu próprio destino, com condições de trabalho absurdas, salários miseráveis e ausência completa de perspectiva: “Eu falto por cansaço (...) a carga física e moral é maior do que o ser humano pode suportar (...), você se envolve, mas nem sempre tem retorno. O professor perdeu a dignidade (...) e o Estado deixa tudo jogado. Todo mundo está cansado de ouvir os problemas da Educação, mas ninguém faz nada”. Este é o único depoimento que aponta a responsabilidade do Estado em relação à péssima qualidade do ensino.
Essa falha talvez se explique pela forma exaustiva que o João Jardim escolheu. Não tem uma unidade narrativa suficiente, já que o diretor quer dar uma representação da escola e da juventude, em geral, no Brasil. O filme acaba sendo um pouco fragmentado. De fato, seria preciso filmar outro documentário, para poder colocar mais nitidamente a realidade da exploração e alienação crescentes no trabalho de professor.
Apesar dessa lacuna, o documentário vale pela intensidade dos depoimentos, que são simples, mas às vezes arrepiantes. Valéria, moradora de Manari gosta de ler Vinicius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade, escreve poemas lindos sobre “a paixão da arte de viver”, mas nunca é valorizada pelos professores: “Não dão notas boas”, porque não acreditam que ela foi capaz de escrever textos assim. Sabe perfeitamente que “seria uma adolescente normal”, se não tivesse uma família de onze pessoas e que “poderia ter lazer, se não tivesse que trabalhar”.
Keila, de Itaquaquecetuba, queria se suicidar, mas achou no fanzine da escola e na poesia uma maneira de extravasar o seu sofrimento. Um ano depois, ela já entra na fábrica para dobrar calças e sente na pele a exploração do jovem trabalhador e a alienação resultante de um trabalho repetitivo, perdendo até a vontade de escrever. Rita, ameaçada por duas colegas, prefere mudar de escola, engravida, e tem de parar de estudar durante dois anos.
O depoimento mais forte é ouvido em off, por cima da bela e triste imagem dos pingos de chuva caindo no chão: uma aluna comenta friamente que resolveu esfaquear a colega na escola “pra tudo mundo ver”. “Ela quis me barrar na festa. Eu pensei: ela tem que morrer, essa safada. Fui procurar ela na hora do intervalo e achei no corredor. Aí, foi daquele jeito. Mandei ver. E ela estava no chão esticada. Ela ia morrer de qualquer jeito um dia. Só antecipei”. E conclui: “Não dá nada matar sendo ‘de menor’, três anos passam rápido”. Este depoimento dramático demonstra a magnitude da banalização da violência e a perda do sentido da vida, dos outros e da sua própria, para quem não vê futuro algum.
Outros jovens fogem da escola para roubar e se divertem “com a cara da vítima quando está perdendo”. Mas lembram quem são os verdadeiros ladrões da sociedade: os políticos corruptos que se enriquecem à nossas custas.
Segundo Jardim, “se existe algum caminho para esses jovens, é o do protagonismo. Eles estão sendo tolhidos. A escola tem que achar alguma forma criativa deles extravasarem, porque, caso contrário, eles vão escolher outros caminhos para isso”.Duvidamos que a escola, por si só, seja capaz de proporcionar perspectivas para a juventude dentro do sistema capitalista. Aliás, o plano aéreo onde Jardim filma na seqüência um bairro rico, com seus prédios imponentes, com suas piscinas, e, ao lado, encostada na riqueza, uma favela de barracos miseráveis, não deixa dúvidas de que essa falta de perspectiva não se resolverá na escola.
O trecho sobre o colégio Santa Cruz nos apresenta os poucos que “tem o privilégio de saltar do drama (da sobrevivência) para a tragédia (da existência)”, como diz Fernando Meirelles. Thais, Ciça e os outros estudam numa escola luxuosa da elite, no bairro Alto de Pinheiros. Esses adolescentes poderiam nos emocionar, já que têm dúvidas, questionamentos, e problemas existenciais. Aliás, diferentemente dos outros adolescentes, choram muito – pelas notas e pelos namorados. Mas quando se trata de evocar a desigualdade social, eles mostram claramente o que significa ser parte da burguesia paulistana. É desesperador ouvir as moças refletirem sobre as “bolhas” que dividem o mundo, e se o fato de enxergar o menino que vende balas na rua como um ser humano deixa a “bolha” mais transparente ou não. Arrepia ouvir uma dizer tranqüilamente que “não dá para fazer trabalho voluntário, porque vou ter que deixar de ir numa aula da natação”, ou outros concluírem com uma inocência cínica que o mundo dos pobres e o mundo deles são dois mundos diferentes, mas o problema é justamente que é o mesmo mundo...
As últimas imagens demonstram, mais do que outras, a sensibilidade do olhar de João Jardim: ele registra uma série de retratos de jovens, com planos fixos longos, que expressam toda a urgência para esses adolescentes do dia “nascer feliz”. E filma de novo Valéria dizendo, à maneira dos repentistas, uma poesia sobre Manari, “sua terra por ventura”. “Esse depoimento não está lá só para levantar o astral do filme, mas porque para mim, Pro dia nascer feliz é muito mais uma discussão sobre desperdício, falta de oportunidades que tem o jovem brasileiro”, comenta João Jardim. Ele conseguiu com certeza transmitir-nos sua preocupação, com muita simplicidade, e sem ser nunca piedoso.
Por fim, guardaremos na memória as imagens finais das crianças com prato de comida, que, durante os créditos, olham para a câmera com olhos arregalados.

FICHA TÉCNICA:Gênero: Documentário
Duração: 88 minutos
Ano de Lançamento: 2006, Brasil
Direção: João Jardim
Roteiro: João Jardim
Edição: João Jardim
Produção: Flávio R. Tambellini e João Jardim
Música: Dado Villa-Lobos
Fotografia: Gustavo Hadba

15/10/2009

Para consultor da Unesco, cenário sobre professores no Brasil é preocupante



Brasília - Problemas na formação continuada dos professores e até mesmo na formação inicial, além da baixa remuneração, compõem um cenário “preocupante”, de acordo com o consultor em educação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Célio da Cunha.
Ao comentar o estudo Professores do Brasil: Impasses e Desafios, lançado pela Unesco na semana passada, Cunha lembrou que os professores representam o terceiro maior grupo ocupacional do país (8,4%), ficando atrás apenas dos escriturários (15,2%) e dos trabalhadores do setor de serviços (14,9%). A profissão supera, inclusive, o setor de construção civil (4%).
O especialista destaca, entretanto, que é preciso “elevar o status” do professor no Brasil. A própria Unesco, ao concluir o estudo, recomenda a necessidade de “uma verdadeira revolução” nas estruturas institucionais e de formação. Dados da pesquisa indicam que 50% dos alunos que cursam o magistério e que foram entrevistados disseram que não sentem vontade de ser professores. Outro dado “de impacto”, segundo Cunha, trata dos salários pagos à categoria – 50% dos docentes recebem menos de R$ 720 por mês.
O estudo alerta para um grande “descompasso” entre a formação teórica e a prática do ensino. Para Cunha, a formação do docente precisa estabelecer uma espécie de “aliança” entre o seu conteúdo e um projeto pedagógico, para que o professor tenha condições de entrar em sala de aula.
Como recomendações, a Unesco defende a real implementação do novo piso salarial e a política de formação docente, lançada recentemente. Cunha acredita que esses podem ser “pontos de partida” para uma “ampla recuperação” da profissão no Brasil.
“Se houver continuidade e fazendo os ajustes necessários que sempre surgem, seguramente, daqui a alguns anos, podemos ter um cenário bem mais promissor do que o atual”, disse, ao ressaltar que sem professores bem formados e com uma remuneração digna não será possível atingir a qualidade que o Brasil precisa para a educação básica. “Isso coloca em risco o futuro do país, por conta da importância que a educação tem em um mundo altamente competitivo e em uma sociedade globalizada.”

04/10/2009

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Educação - Um retrato da sala de aula

Revista Veja - Edição 2132 - 30 de setembro de 2009


Poucos especialistas observaram tão de perto o dia a dia em escolas brasileiras quanto o americano Martin Carnoy, 71 anos, doutor em economia pela Universidade de Chicago e professor na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, onde atualmente também comanda um centro voltado para pesquisas sobre educação. Em 2008, Carnoy veio ao Brasil, país que ele já perdeu as contas de quantas vezes visitou, para coordenar um estudo cujo propósito era entender, sob o ponto de vista do que se passa nas salas de aula, algumas das razões para o mau ensino brasileiro. Ele assistiu a aulas em dez escolas públicas no país, sistematicamente – e chegou até a filmá-las –, além de falar com professores, diretores e governantes. Em entrevista à editora Monica Weinberg, Martin Carnoy traçou um apurado cenário da educação no Brasil.

COMO NO SÉCULO XIX

Está claro que as escolas brasileiras – públicas e particulares – não oferecem grandes desafios intelectuais aos estudantes. No lugar disso, não é raro que eles passem até uma hora copiando uma lição da lousa, à moda antiga, como se estivessem num colégio do século XIX. Ao fazer medições sobre como o tempo de aula é administrado nos colégios que visitei, chamaram-me a atenção ainda a predominância do improviso por parte dos professores, os minutos preciosos que se esvaem com a indisciplina e a absurda quantidade de trabalhos em grupo. Eles consomem algo como 30% das aulas e simplesmente não funcionam. A razão é fácil de entender: só mesmo um professor muito bem qualificado é capaz de conferir eficiência ao trabalho em equipe ou a qualquer outra atividade que envolva o intelecto. E o Brasil não conta com esse time de professores de alto padrão. Ao contrário. O nível geral é muito baixo.


MENOS TEORIA E MAIS PRÁTICA

Falta ao Brasil entender o básico. Os professores devem ser bem treinados para ensinar – e não para difundir teorias pedagógicas genéricas. As faculdades precisam estar atentas a isso. Um bom professor de matemática ou de línguas é aquele que domina o conteúdo de sua matéria e consegue passá-lo adiante de maneira atraente aos alunos. Simples assim. O que vejo no cenário brasileiro, no entanto, é a difusão de um valor diferente: o de que todo professor deve ser um bom teórico. O pior é que eles se tornam defensores de teorias sem saber sequer se funcionam na vida real. Também simplificam demais linhas de pensamento de natureza complexa. Nas escolas, elas costumam se transformar apenas numa caricatura do que realmente são.


QUE CONSTRUTIVISMO É ESSE?

O construtivismo que é hoje aplicado em escolas brasileiras está tão distante do conceito original, aquele de Jean Piaget (psicólogo suíço, 1896-1980), que não dá nem mesmo para dizer que se está diante dessa teoria. Falta um olhar mais científico e apurado sobre o que diz respeito à sala de aula. É bem verdade que esse não é um problema exclusivamente brasileiro. Especialistas no mundo todo têm o hábito de martelar seus ideários sem se preocupar em saber que benefícios eles trarão ao ensino. Há um excesso de ideologia na educação. No Brasil, a situação se agrava porque, acima de tudo, falta o básico: bons professores.
Tempo mal gastoEnsino brasileiro: ausência de de
safios intelectuais e excesso de improviso


À CAÇA DE MESTRES BRILHANTESA

chave para um bom ensino é conseguir atrair para a carreira de professor os melhores estudantes. Basta copiar o que já deu certo em países como Taiwan, que reuniu em seu quadro de docentes algumas das melhores cabeças do país. Ali, um professor ganha tanto quanto um engenheiro – o que, por si só, já atrai os alunos mais talentosos para a docência. Mas não é só isso. Está provado que, para despertar o interesse dos mais brilhantes pela sala de aula, é preciso, sobretudo, dar-lhes uma perspectiva de carreira e de reconhecimento pelo talento que os distingue. No Brasil, o pior problema não está propriamente na remuneração dos professores, até razoável diante das médias salariais do país – mas justamente na ausência de um bom horizonte profissional.

VIGILÂNCIA SOBRE OS PROFESSORES
Os professores brasileiros precisam, de uma vez por todas, ser inspecionados e prestar contas de seu trabalho, como já ocorre em tantos países. A verdade é que, salvo raras exceções, no Brasil ninguém sabe o que eles estão ensinando em sala de aula. É o que me faz comparar as escolas públicas brasileiras às empresas pré-modernas. Elas não contam com mecanismos eficazes para cobrar e incentivar a produtividade. Contratam profissionais que ninguém mais no mercado quer, treinam-nos mal e, além disso, não exercem nenhum tipo de controle sobre eles. Hoje, os professores brasileiros estão, basicamente, livres para escolher o que vão ensinar do currículo. Não há padrão nenhum – tampouco há excelência acadêmica.

NA LINHA DA MEDIOCRIDADE
É boa notícia que os brasileiros comecem a colocar a educação entre suas prioridades, mesmo que isso ocorra com tanto atraso em relação aos países mais desenvolvidos. Percebo no Brasil, no entanto, uma visão ainda bastante distorcida da realidade – típica de países onde as notas dos estudantes são, em geral, muito baixas. A experiência indica que, num cenário como esse, até mesmo os ótimos alunos tendem a se nivelar por baixo. Com um resultado superior à média, eles já se dão por satisfeitos, assim como seus pais e escolas. Na verdade, estão todos mirando a linha da mediocridade. E é lá que estão mesmo. Os exames internacionais da OCDE (organização que reúne os países mais ricos) mostram isso com clareza. Os alunos brasileiros que aparecem entre os 10% melhores são, afinal, menos preparados do que alguns dos piores estudantes da Finlândia. Os finlandeses, por sua vez, definem suas metas com base num altíssimo padrão de excelência acadêmica. É esse ciclo virtuoso que o Brasil deve perseguir – em todos os níveis.

CHEGA DE UNIVERSIDADE GRATUITA
Se quiser mesmo se firmar como uma potência no cenário mundial, o Brasil precisa investir mais na universidade. É verdade que os custos para manter um estudante brasileiro numa faculdade pública já figuram entre os mais altos do planeta. Por isso, é necessário encarar uma questão espinhosa: a cobrança de mensalidades de quem pode pagar por elas, como funciona em tantos países de bom ensino superior. Sempre me pergunto por que a esquerda brasileira quer subsidiar os mais ricos na universidade. É um contrassenso. Olhe o que aconteceria caso os estudantes de renda mais alta pagassem algo como 1 000 dólares por ano às instituições públicas em que estudam. Logo de saída, o orçamento delas aumentaria na casa dos 15%. Com esse dinheiro, daria para atrair professores do mais alto nível. Quem sabe até um prêmio Nobel. O Brasil precisa, afinal, começar a se nivelar por cima.

02/10/2009

MEC divulga prova do Enem descartada após vazamento

O Ministério da Educação (MEC) disponibilizou nesta quinta-feira a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009 que foi descartada depois das denúncias de vazamento do conteúdo do exame. As provas, marcadas para este final de semana, foram canceladas pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, na madrugada de hoje após as suspeitas de fraude. Acesse as provas do primeiro dia, segundo dia e o gabarito.
O cancelamento das provasO Ministério da Educação cancelou na madrugada desta quinta-feira a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que seria aplicado neste final de semana para mais de 4 milhões de pessoas em todo o País. O cancelamento teria ocorrido em virtude do vazamento da prova. As provas seriam aplicadas nos dias 3 e 4 de outubro em 113.857 salas de 10.385 escolas do País.
De acordo com o jornal Estado de S. Paulo, por telefone, um homem procurou o jornal na tarde dessa quarta-feira e disse que tinha duas das provas que seriam aplicadas no sábado. Em troca da informação, teria cobrado R$ 500 mil. A decisão teria sido tomada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, após tomar conhecimento do vazamento.
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Reynaldo Fernandes, disse ao jornal que "há fortes indícios de que houve vazamento, 99% de chance". Haddad disse ao jornal que não teve acesso ao material da prova e confirmou o vazamento após consultar técnicos do Inep, com base em informações que teriam sido passadas pelo jornal ao ministro.

fonte:http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI4015973-EI8398,00-MEC+divulga+prova+do+Enem+descartada+apos+vazamento.html