28/01/2010

Enem - uma operação de guerra (Arnaldo Niskier )

Não faço parte do grupo que critica violentamente o Enem. Considero uma boa iniciativa, sujeita a aperfeiçoamentos que estão sendo providenciados pelo MEC, para o ano próximo. Fazer as provas em duas etapas (em semestres distintos) já protege o exame do seu gigantismo, que torna quase impraticável a sua implementação. Vejam o que aconteceu: 38% dos inscritos não compareceram, dando um enorme prejuízo ao erário, pois as provas foram impressas e havia locais e professores para a eventualidade de uma presença integral. Quem paga pela imprevidência?


O Enem é uma espécie de operação de guerra. A primeira versão foi a tragédia conhecida, com a anulação do concurso, pela falta de cuidados essenciais dos vencedores da licitação, todos inexperientes. Veio a segunda versão, feita agora, e muitas universidades federais se retiraram do processo, diminuindo a importância do exame. Perda de confiança ou falta de tempo? Ficou a dúvida.

O que nos causou espécie, nas segundas provas, foi o aperto geral dado na elaboração das questões. Os alunos sentiram e se queixaram. Não há uma explicação lógica para a mudança de nível e os técnicos do Inep não vieram a público para esclarecer o fato. Aliás, outro erro indesculpável foi o conhecimento de que uma das questões (no 101) deveria ser anulada, por admitir duas respostas, e mesmo assim foi mantida. Prejuízo claro para os alunos, pois perderam um tempo precioso para escolher a opção que seria correta, quando havia duas respostas possíveis. Não se entende porque uma prova assim complexa não tem um gabarito confiável.

A dúvida jamais poderia ser repassada aos alunos, mesmo que a questão depois fosse anulada. Isso é de uma clara irresponsabilidade, como ficou provado pelas manifestações dos 2,5 milhões de estudantes que fizeram a prova de linguagens, onde ocorreu o fenômeno. Nenhuma desculpa é válida, ainda mais depois do que havia acontecido na primeira e fracassada versão.
Outra crítica está sendo feita – e se avoluma – pelos professores de língua portuguesa. As questões eram prolixas, muito texto, e pouquíssimo apelo aos conhecimentos de Gramática. Só o bom senso não pode ser o fator determinante do sucesso.


O que está acontecendo, meio na surdina, é que os linguistas tomaram de assalto a elaboração das questões e desprezaram, como é do seu estilo, a importância da Gramática para o bom conhecimento do nosso idioma. Não dá para justificar essa preferência, a menos que o Inep deseje entrar para a história como o órgão público que acabou com a Gramática, nas nossas escolas. De onde terá vindo essa esdrúxula orientação?

Não vamos diminuir a dificuldade de elaborar tantas questões, inclusive com as diferentes cores (quatro) que impedem a existência da antiga “cola”. É muito trabalho, sabemos disso, mas é preciso começar o processo com toda antecedência que garanta a lisura e a correção de tudo o que é feito, teoricamente por pessoas altamente qualificadas. Esses erros desmoralizam o empenho do próprio MEC e todos saem perdendo.

Autor: Arnaldo Niskier - é da Academia Brasileira de Letras e presidente do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE/Rio).
Fonte: CH

UFMT oferece mais de 5 mil vagas na seleção unificada

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) está oferecendo um total de 5.008 vagas no processo seletivo de 2010, distribuídas em 97 cursos, oferecidos nos campi de Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e Araguaia.


Desses 97 cursos, sete iniciarão neste ano e foram criados através do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), do Ministério da Educação (MEC). Serão 450 novas vagas distribuídas entre os cursos de bacharelado em Física (60 vagas), Estatística noturno (60 vagas), Saúde Coletiva (80 vagas) e Zootecnia (80 vagas), no Campus de Cuiabá; Ciências Econômicas (40 vagas), no Campus de Rondonópolis; Direito (65 vagas) e Engenharia Civil (65 vagas), no Campus do Araguaia.

No processo seletivo de 2010 a Universidade Federal do Mato Grosso adotará o Enem como fase única e para preenchimento de vagas remanescentes.

As vagas serão ofertadas no primeiro ou no segundo períodos e o candidato não poderá escolher o período de ingresso, sendo que os primeiros colocados aprovados serão alocados nos cursos com início no primeiro período e os demais no segundo período.

Para a matrícula, os candidatos deverão apresentar documento oficial de identidade; título de eleitor e comprovante de votação da última eleição; cadastro de pessoa física (CPF); e documento comprobatório de estar em dia com as obrigações militares, se candidato do sexo masculino com mais de 18 anos. Esses documentos deverão ser exibidos em original, com restituição ao interessado. Quanto ao certificado ou diploma de conclusão do ensino médio e ao histórico escolar do ensino médio ou o diploma de curso superior devidamente registrado, deverão ser entregues em cópia autenticada, sem restituição ao interessado.

Assessoria de Comunicação da UFMT

Inscrição para seleção unificada começa nesta sexta-feira, 29

Começa nesta sexta-feira, 29, a primeira etapa de inscrição no Sistema de Seleção Unificada (SiSU) para as vagas oferecidas por universidades federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia que adotaram a nota do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) como fase única do processo seletivo

O que é o Sistema de Seleção Unificada (SiSU)?


É o sistema informatizado, gerenciado pelo Ministério da Educação, por meio do qual as instituições públicas de educação superior participantes selecionarão novos estudantes exclusivamente pela nota obtida no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) 2009.

Quais as instituições e cursos participantes da seleção unificada?

A lista das instituições participantes do SiSU e dos cursos oferecidos pode ser consultada neste portal por meio do item "Vagas" ou do campo de busca. O candidato poderá fazer sua consulta por estado, instituição ou curso.

Quem pode se inscrever no Sistema de Seleção Unificada?

Podem se inscrever na seleção unificada os estudantes que fizeram o Enem 2009. É importante ressaltar que algumas instituições adotam notas mínimas para inscrição em determinados cursos. Nesse caso, no momento da inscrição, se a nota do candidato não for suficiente para concorrer àquele curso, o sistema emitirá uma mensagem com essa informação.

24/01/2010

Dez cuidados básicos para quem deseja aumentar o domínio do idioma e melhorar sua capacidade de comunicação no ano que se inicia

Para quem quer assumir novos desafios este ano, aprimorar a própria expressão em língua portuguesa não é problema a ser minimizado.




O desempenho no próprio idioma em diferentes situações formais é, em geral, tomado como diapasão de outros atributos da pessoa. Se somos descuidados com o português, no que mais seremos descuidados? Se alguém fala comigo de forma truncada, pode errar em outros momentos do nosso relacionamento.



O idioma é, como se vê nestas páginas, mais do que a gramática da língua. A expressão em língua portuguesa pode não se limitar a um decorar de regras gramaticais - sua premissa está em mostrar nossa versatilidade comunicativa e nossa capacidade de tirar de letra os diversos contextos em que nos metemos e os diferentes relacionamentos que mantemos. Saber português significa trabalhar melhor, namorar melhor, interagir melhor.



Ao seguir esse pressuposto, Língua sugere a seguir um programa de orientação para quem deseja aumentar o domínio sobre o idioma e, com isso, melhorar sua comunicação cotidiana neste ano que se inicia. São dez cuidados básicos que, não esgotando cada um dos temas aqui propostos, alertam sobre eventuais fragilidades pessoais ou são pontos de partida para a formação, a produção de textos e discursos orais ajustados às nossas necessidades comunicativas. Afinal, o modo como nos expressamos faz o idioma. As dicas que seguem podem tornar a expressão em língua portuguesa um obstáculo a menos a ser superado, ante os outros que o ano anuncia. (LCPJ)

1. A concordância na volta das férias

Cuidado antes de contar como passou a virada de ano e as horas de lazer

Sintaxe
O tropeço /A explicação / O correto

"Fazem" três semanas que viajei.
"Fazer", quando exprime tempo, é impessoal, fica no singular.
"Faz"

Chegou "em" São Paulo "a" dois dias e partirá daqui "há" cinco horas, a trabalho. Verbos de movimento exigem "a", e não "em" (vai ao cinema, levou a família à praia). Chegou "a" São Paulo "há" dois dias e partirá daqui "a" cinco horas, a trabalho.

"Houveram" muitos carros na estrada.
 "Há" indica passado (= "faz") e "a" indica distância ou tempo futuro (não equivale a "faz"). "Haver", como "existir", é invariável.
 "Houve"

"Há" dez dias "atrás" eu estava no Nordeste.
Redundância. "Há" e "atrás" têm a mesma função de indicar passado na frase.
"Há dez dias eu estava no Nordeste" ou "Dez dias atrás eu estava no Nordeste"

Se eu "ver" o agente de viagens de novo...
A conjugação de "ver" é: "se eu vir, revir, previr". Do verbo "vir": "se eu vier".
 Se eu "vir"

Eis o roteiro "onde" baseei a viagem.
O advérbio ou o pronome relativo "onde" expressa a ideia de lugar: "O hotel onde fiquei").
Eis o roteiro "em que" baseei a viagem.

Não "lhe" vi no aeroporto.
 O pronome "lhe" substitui "a ele", "a você", por isso não pode ser usado com objeto direto: "não o convidei"; "a mulher o deixou"; "ele a ama".
Não o "vi"

Para "mim" passar o réveillon.
 O pronome aqui age como sujeito da frase. Portanto,"mim" não passa o réveillon, porque não pode ser sujeito. Daí: "para eu passar", "para eu trazer", "para eu definir".
Para "eu" passar

Entre "eu" e você.
Depois de preposição (no caso, "entre"), usa-se "mim" ou "ti". Entre "mim" e você.

Preferi sair da cidade "do que" ficar.
Prefere-se sempre uma coisa "a" outra.
Preferi sair "a" ficar.

A guia era "meia" boba.
"Meio", como todo advérbio, não varia (não vai para o plural nem muda de gênero). "meio" boba

"Existe" muitos hotéis na região.
Verbos como "existir", "bastar", "faltar", "restar" e "sobrar" admitem o plural.
Existem

fonte:http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11931