31/12/2008

QUE VENHA 2009!!!!!!!!!!!!

FELIZ ANO NOVO! Com carinho Deborah
Felicidade neste novo ano.
Para você,
Desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.
Para você
Desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir.
Todas as músicas que puder se emocionar.
você neste novo ano,
Desejo que os amigos sejam mais cumplices,
Que sua família esteja mais unida,
Que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe desejar tantas coisas...
Mas nada seria suficiente...
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes...
e que eles possam te mover a cada minuto,
ao rumo da sua FELICIDADE!!!
(Carlos Drummond de Andrade)

30/12/2008

MENSAGEM DE GANDHI


“Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida.
A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora.
Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem.
Daria a capacidade de escolher novos rumos, novos caminhos.
Deixaria, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável.
Além do pão, o trabalho.
Além do trabalho, a ação.
Além da ação o cultivo à amizade.
E, quando tudo mais faltasse, deixaria um segredo:
O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída”.

Gandhi

17/12/2008

Nota de corte da Fuvest subiu em 53 carreiras

A tabela abaixo mostra a evolução da nota de corte das 15 carreiras que apresentaram as maiores notas neste ano.

Carreira
2007
(90 questões)
2008
(89 questões)
2009
(90 questões)
Medicina e ciências médicas
71(2007)
74(2008)
77(2009)
Engenharia aeronáutica - São Carlos
64(2007)
69(2008)
72(2009)
Curso superior do audiovisual
62(2007)
64(2008)
67(2009)
Relações internacionais
62(2007)
65(2008)
66(2009)
Engenharia na Escola Politécnica e computação
58(2007)
63(2008)
65(2009)
Direito
60(2007)
62(2008)
64(2009)
Jornalismo
61(2007)
64(2008)
64(2009)
Engenharia - São Carlos
58
60
63
Oficial da Polícia Militar do Estado de São Paulo (masculino)
48
53
62
Design
56
58
61
Engenharia civil - São Carlos
49
55
61
Publicidade e propaganda
58
61
61
Arquitetura - FAU
54
58
60
Arquitetura - São Carlos
55
58
60
Ciências biológicas
58
61
60
VESTIBULAR DA FUVEST - QUANTA DIFERENÇA!!!
As provas de segunda fase terão início no dia 4 de janeiro (domingo) e vão até o dia 8 de janeiro. As provas de habilidades específicas terão início no dia 6 de janeiro e acabam no dia 9 de janeiro. Os candidatos devem consultar o calendário dessas provas na página 1 do manual do candidato.

Fonte: Fuvest

Prova de Língua Portuguesa da UNESP

Unesp divulga prova de português do vestibular 2009
Exame em fase única começou no domingo e acaba nesta terça. Universidade oferece 6.374 vagas.
Do G1, em São Paulo


A Universidade Estadual Paulista (Unesp) divulgou as provas de língua portuguesa e a redação do vestibular 2009, aplicadas nesta terça-feira (16). O G1 trará a resolução da prova feita por professores dos cursos Anglo e Etapa.

Confira a prova de língua portuguesa do vestibular 2009 da Unesp


Os resultados do vestibular devem ser divulgados em 30 de janeiro de 2009. A universidade oferece 6.374 vagas em 153 opções de cursos.

COMENTÁRIO SOBRE A PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DA UNESP

16/12/08 - 19h19 - Atualizado em 16/12/08 - 19h19
'Prova de língua portuguesa da Unesp foi bem elaborada'
Professores de cursinhos consideraram o tempo suficiente.Tema da redação foi sobre a relação do homem com o planeta.
Do G1, em São Paulo

A prova de língua portuguesa do vestibular da Unesp 2009, aplicada nesta terça-feira (16), estava muito bem formulada, segundo professores de cursos pré-vestibulares ouvidos pelo G1. O tema da redação era sobre o homem e a sua relação com o planeta e o ambiente. “A prova trouxe uma diversidade de textos, que foram muito bem escolhidos”, afirma a professora Célia Passoni, coordenadora de português do curso Etapa.

Para o professor de língua portuguesa do Anglo Eduardo Calbucci, a prova não trouxe surpresas e o tempo foi suficiente para resolver as dez perguntas discursivas. "Imagino que tenha dado tempo até de fazer rascunho para as questões. O grau de dificuldade estava compatível com o que deve ser de um processo seletivo."
O tema da redação (O Homem: Inimigo do Planeta?") foi considerado bastante acessível para os candidatos. "Pode-se dizer que é algo até previsível", afirma Eduardo Antonio Lopes, professor de redação e texto do Anglo.

A professora de português do Objetivo Elizabeth de Melo Massaranduba concorda: "Certamente, em algum momento, o estudante teve contato com o tema. Se já não fez uma redação sobre esse assunto, pelo menos leu no jornal, viu na aula de geografia ou viu na televisão".

Segundo Lopes, do Anglo, o que vai determinar o bom desempenho do candidato na redação será a sua capacidade de organização do texto, coesão, coerência e progressão dos argumentos, além do uso do vocabulário adequado e da norma culta da língua."
FONTE:http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL925328-5604,00-PROVA+DE+LINGUA+PORTUGUESA+DA+UNESP+FOI+BEM+ELABORADA.html

16/12/2008

UFMT: Coordenação de Exames Vestibulares divulga nota de corte para 2ª fase

VESTIBULAR 2009 – CEV divulga nota de corte para 2ª fase
Confira nota de corte para 2ª fase do vestibular 2009 A Coordenação de Exames Vestibulares (CEV) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) divulgou ontem (15) a nota de corte dos candidatos selecionados para correção das provas da segunda fase do processo seletivo 2009. A nota de corte está disponível no site da UFMT (www.ufmt.br), no link vestibular. O resultado da segunda etapa poderá ser acessado a partir do dia sete de janeiro de 2009. O resultado final do vestibular 2009 deve ser divulgado até o dia 30 de janeiro de 2009. O período de matrícula está previsto para o dia 16 de fevereiro de 2009. Neste ano, 29.136 candidatos, dos quais 385 treineiros, se inscreveram no vestibular. A UFMT oferece 4.377 vagas, distribuídas entre os 88 cursos de graduação dos campi de Cuiabá, Rondonópolis, Médio Araguaia e Sinop, e 26 vagas para os cursos de Formação de Oficiais (CFO).Os cursos mais concorridos são: medicina, com 36,61 candidatos por vaga, direito matutino (21,09), direito noturno (20,69), administração noturno (18,28), engenharia civil (17,56) e ciência e tecnologia de alimentos (15,57).Outras informações pelos telefones (65) 3615 8000, 3615 8152, 36158153, 3628 1585 e 3628 1290.

15/12/2008

SOBRE O GÊNERO: ARTIGO DE OPINIÃO

Teoria do gênero
O artigo de opinião é um texto jornalístico, em prosa, que apresenta o ponto de vista do autor ou autores a respeito de determinado assunto considerado de interesse no momento. Quem escreve um artigo é chamado de articulista.
É um texto de caráter dissertativo-argumentativo. São características desse gênero:

· Expressam posições de seus autores/articulistas, que são responsáveis pelas idéias apresentadas. São assinados.

· Pode estruturar-se de diversas formas. O mais comum é compor-se de três partes:
* Primeira parte: apresenta-se o tema, de forma sucinta, fazendo um histórico se for o caso. Pode-se também, apresentar nessa parte, uma tomada de posição diante do tema, ou seja, a formulação de uma tese.
* Segunda parte: apresentam-se os argumentos e contra-argumentos necessários para justificar a posição defendida.
* Terceira parte ou encerramento: reafirma-se ou apresenta-se de modo condensado o ponto-de-vista defendido no artigo.

· O articulista adota estratégias discursivas para convencer o leitor: acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações, as digressões, as apelações à sensibilidade, a retenção de recursos descritivos – detalhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes de informações.

· Progressão temática: é comum utilizar-se do esquema de “temas derivados”, em que o assunto é subdividido em tópicos, apresentando-se, em cada argumento “um tópico com seus respectivos comentários”.

· Predominam as orações enunciativas ou declarativas que afirmam ou negam algo. Aparecem também:
*Orações dubitativas: expressam dúvidas – com a função de relativizar determinados aspectos do assunto;
*Orações exortativas: expressam ordem/ pedido/ conselho – com a função de convencer o leitor a aceitar os argumentos apresentados;
*Orações exclamativas ou interrogativas – podem aparecer como recursos de persuasão, para enfatizar determinadas idéias ( Ex.: “Pode-se dizer que uma atitude como essa seja justificável?” ou “Trata-se de uma atitude injustificável!”).

· Busca-se uma linguagem objetiva, de preferência com frases curtas, entretanto em função da argumentação aparecem com freqüência frases complexas, com a presença de elementos articuladores como conjunções e preposições, chamados de operadores argumentativos.

· Embora possa ser escrito em 3ª pessoa, geralmente apresenta-se em 1ª pessoa do singular ou do plural que revelam subjetividade, o caráter de pessoalidade próprio desse gênero.

· A pontuação varia em função do estilo mais expressivo ou menos expressivo. São mais comuns os sinais predominantes em textos formais: ponto, vírgula, dois pontos, ponto e vírgula.

· Podem ser feitas citações de falas de outros autores ou personalidades (polifonia = outras vozes), as quais vêm, geralmente entre aspas.

Leia exemplos desse gênero logo abaixo
NOSSA ANTENA
Ruth de Aquino
Revista Época - 27/12/2007 - 22:08 Edição nº 502

Punir é uma forma de educar
O que fazer para evitar tantas mortes no trânsito brasileiro?

Tem gente que passa o natal engordando, relaxando e trocando presentes. Neste Natal, 196 brasileiros passaram o feriado morrendo nas estradas federais, em destroços de carros, caminhões, ônibus e carretas. Os feridos são 1.870. Em vez de degustar ceias e presentes, dezenas de famílias conheceram o luto. O total de mortos pode dobrar, porque a estatística não registra quem morreu nos hospitais. Mais um recorde macabro, e ainda não passamos pelo Réveillon ou Carnaval.
O que fazer? Punir. Aplicar a lei. Aumentar o valor das multas. Não mudar o Código de Trânsito em favor dos infratores. Prender os motoristas irresponsáveis. Suspender a carteira. Não chamar de acidente já ajudaria, diz Rodolfo Rizzotto, coordenador do SOS Estradas: “Acidente é cair um meteoro na cabeça do motorista. Desastres são todos previsíveis”. Especialistas já se cansaram de elaborar listas de causas. O professor Paulo Fleury, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz o que nós já sabemos: “As mortes no trânsito não são uma epidemia cuja causa não se sabe. Ao contrário: se sabe a causa, o lugar, o motivo. É descaso das autoridades”. A legislação brasileira não obriga ninguém a soprar no bafômetro. Permite uma série de recursos a quem mata no trânsito. Não há provavelmente ninguém preso ou com habilitação suspensa por ter matado uma pessoa ou uma família inteira na rua ou na estrada. O que são “cestas básicas” como punição para assassinos no trânsito?O Brasil conseguiu a proeza de afrouxar seu Código. Antes, pela lei, o motorista teria a carteira suspensa se fosse flagrado dirigindo 20% acima do limite de velocidade. No ano passado, esse índice subiu para 50%. Uma nova resolução do Contran determina que os radares sejam sinalizados e anunciados nas estradas. Só no Brasil mesmo. O que se faz entre os radares? Acelera-se. Nem o mau estado das rodovias pode levar a culpa: 80,7% dos acidentes acontecem em asfalto em boas condições; 71,4% em retas. Imprudência, álcool e impunidade são os maiores vilões. Isso soa terrivelmente redundante.Motoristas não têm a menor educação. Talvez fossem mais polidos se, na escola, ao ser alfabetizados, aprendessem noções de cidadania. “Primeiro é preciso multar todos os pais que param em fila dupla na frente das escolas”, diz Rizzotto. O mau exemplo, dos pais, é a pior aula de direção irresponsável para a criança. Na Inglaterra e na Alemanha, carros param para pedestres, mesmo fora do sinal. No Brasil, motoristas aceleram no sinal amarelo, e alguns “brincam” de assustar o pedestre.Não existe uma meta nem se aprende com o que aconteceu. A perícia vai para a gaveta. Há pesquisas associando acidentes ao cansaço. Em países civilizados, já soa um alarme em veículos a cada duas horas de direção. Uso de celular, rádio alto, excesso de horas, viagens depois de trabalhar o dia inteiro – tudo isso causa acidentes. Celular agora dá até dois anos de cadeia... na Inglaterra.
No Natal, um amigo de meu filho de 20 anos contou que sua maneira de dirigir mudou na Austrália. “Se bebo, não dirijo. Se dirijo, não bebo. Aprendi isso lá. Se me pegassem dirigindo alcoolizado, mesmo sem provocar acidente algum, eu ia para a corte, perdia a carteira e, se reincidisse, era deportado.” Por que não há o mínimo rigor no Brasil?

Artigo de opinião "A arca de Noé", de Carlos Heitor Cony

Arca de Noé
A atual histeria contra o PT, embora justificada pelos recentes episódios de corrupção e pela estagnação do governo presidido pelo partido, não deixa de ser exagerada e, de certo modo, imerecida. Afinal, o PT marcou-se no passado por espalhafatosa histeria moralizante, cultivando a imagem de vestal, de corpo estranho aos mil acidentes da carne política. Julgava-se espírito puro, ideal imaculado. Um ou outro caso duvidoso que surgia na vida partidária, envolvendo a antiga, tradicional e irrecuperável natureza humana, era prontamente abafado pela necessidade de ter um justo na face da Terra que merecesse ser salvo na arca de Noé. Por conta própria, os petistas julgavam e obrigavam os outros a julgar que somente o partido da estrela vermelha merecia sobreviver ao dilúvio. As revelações de agora demonstram que o PT era e continua sendo um partido como os outros, pregando uma coisa e fazendo outra. E, em matéria de compostura pessoal e cívica, com elementos bons e maus, do mesmo modo que todos os partidos. Contudo a arrogância petista está dando margem a uma generalização injusta e desproporcional. Tanto José Dirceu como o ministro Palocci estão sendo acusados à exaustão pelo fato de terem ou manterem assessores e amigos que se aproveitavam da parcela de poder adquirida para atos de improbidade explícita. Compreende-se a tática política dos adversários do PT em derrubar os mitos criados em torno de Lula e de seus adeptos. Mas não se pode levar a sério as acusações que pretendem atingir pessoalmente os dois ministros, que formam o núcleo de um governo desorientado. Devemos criticar a falta de preparo técnico e político da turma principal que está no poder. Mas a acusação genérica de pilantragem é, além de absurda, estupidamente burra.
Carlos Heitor Cony
Fonte: Folha de São Paulo, 21/03/2004, caderno Opinião, p. A2.

CENTENÁRIO DE MACHADO DE ASSIS

Centenário de Machado de Assis
2008 é o ano em que se completa o centenário da morte de Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908). Machado de Assis é carta marcada na prova deliteratura dos principais vestibulares do país. Conheça melhor este escritor e prepare-se para o vestibular!

11/12/2008

ENTENDA O CÁLCULO DO APROVEITAMENTO DOS RESULTADOS DO ENEM

Entenda o Cálculo do Aproveitamento dos Resultados do ENEM


Todos os candidatos que informaram o Número de Inscrição no ENEM, e com identificação confirmada pelo INEP, tiveram suas notas obtidas no ENEM consideradas.
Segue abaixo a fórmula de cálculo do aproveitamento dos resultados do ENEM, exemplificada.


Candidato que tenha obtido na 1ª Fase do Vestibular UFMT um Argumento Semi-Final A (UFMT) igual a 42 pontos e a Parte Objetiva do ENEM igual a 60,5 pontos:



Argumento Semi-Final A (UFMT): ArgSF A (UFMT) = 42

Parte Objetiva do ENEM: PO (ENEM 0-100) = 60,5


1º PASSO - Conversão da Nota na Parte Objetiva do ENEM para escala 0-80 pontos.

O Argumento Semi-Final A (UFMT) está na escala 0-80 pontos, e a Parte Objetiva do ENEM na escala 0-100 pontos. Portanto faz-se necessário converter a Parte Objetiva do ENEM para escala 0-80 pontos.



Parte Objetiva do ENEM na escala de 0-80 pontos: NPO(ENEM 0-80) = PO(ENEM 0-100) * 80 / 100

NPO(ENEM 0-80) = 60,5 * 80 / 100 = 48,4


2º PASSO - Atribuição dos pesos: 80% para o Argumento Semi-Final A (UFMT) e 20% para a Parte Objetiva do ENEM (convertida para escala 0-80 pontos)

O Argumento Semi-Final A (ENEM) é igual a soma de 80% do Argumento Semi-Final A (UFMT) com 20% da Parte Objetiva do ENEM (convertida para escala 0-80).



Argumento Semi-Final A (ENEM): ArgSF A (ENEM) = 80% ArgSF A(UFMT) + 20% NPO(ENEM 0-80)

ArgSF A (ENEM) = (80 * 42 / 100) + (20 * 48,4 / 100)

ArgSF A(ENEM) = 43,28


3º PASSO - Argumento Semi Final A

O Argumento Semi-Final A será o maior nota entre Argumento Semi-Final A (UFMT) e o Argumento Semi-Final A (ENEM)

Argumento Semi-Final A (UFMT) = ArgSF A (UFMT) = 42 pontos

Argumento Semi-Final A (ENEM) = ArgSF A (ENEM) = 43,28 pontos



Portanto, Argumento Semi Final A = 43,28 pontos



FONTE:http://www.ufmt.br/vestibular/concursos/ufmt2009/paginas/entenda_nota_enem.html

06/11/2008

Leia com atenção o texto abaixo - é uma crônica bastante interdisciplinar (discute-se: questão racial, guerra no Iraque, voto obrigatório...)


Obama nas alturas

Enfim Luther King não morreu em vãoPois é amigos, hoje, logo cedo, li que a filha do maior líder negro da história dos EUA, Luther King, assassinado covardemente pelo ódio racial disseminado pela extrema direita americana, ainda hoje atuante, porém sem a mesma força do passado, estaria muito feliz, se vivo fosse, tanto por Obama como pelo seu povo.

Pela rádio CBN ouvi o ilustre professor Cândido Mendes dizer que, elegendo Obama, o povo americano estava fazendo uma profunda auto crítica do seu passado e do seu presente. Concordo com ele completamente.

Já o presidente da França, Sarkozy, se expressou afirmando que a vitória de Obama representa muito não só para a França, como para a Europa e para o mundo como um todo. Absolutamente certo.

Torci muito por ele, pelo que representa, pelos valores que agora são postos no poder maior dos EUA, pela coragem de grande parte daquele povo que, mesmo não sendo obrigado a votar, acordou cedo, enfrentou filas imensas, um processo de votação ainda bastante atrasado, e derrubou pelo voto uma era Bush que agora quererão esquecer para sempre, apesar das profundas marcas que este deixou.

Foi, amigos, a maior participação de eleitores em toda a história americana.Quando me refiro a que lá não existe esta absurda obrigação de votar, que por aqui alguns ainda defendem com ardor, é porque é muito comum haver abstenções elevadas nas eleições dos EUA. Mesmo nas majoritárias. Inclusive no ano de 2000 apenas 51,5% das pessoas em idade de votar compareceram às urnas. Tenho um levantamento em forma de estudo a mim enviado em 2004 pela professora Eva Bueno, residente nos EUA.E pensar que faz pouco mais de 40 anos que a divisão racial era flagrante, agressiva, nos EUA. Negros não podiam votar e nem tinham a maioria dos direitos reservados somente aos brancos. O ódio racial, na época, era atuante através da Ku-Klus-Kan que não só torturou como matou muitas famílias negras em tempos passados que não estão muito distantes. Mas os tempos mudaram e Obama é a grande diferença, Obama é a própria mudança.

Embora preocupante acredito que a dívida pública americana, hoje superior a 30 trilhões de dólares, seja um dos problemas menores que Obama ira enfrentar. Acredito sinceramente que pelo menos a verdade estará agora aliada ao bom senso para conduzir não só os EUA como sua trágica política externa, agravada pelo desastre permanente que foi a era Bush que mentiu quase o tempo todo no poder.

A guerra ao Iraque era desnecessária e foi uma das maiores mentiras a partir de quando comissões de delegados americanos lá foram e depois afirmaram em relatório que aquele país não tinha e nunca teve armas de destruição em massa. Mas Bush estava mesmo preparando terreno para outros objetivos nada dignos e que muitos ainda se recusaram a acreditar.Desorganizaram o governo do Iraque e nunca conseguiram, até hoje, implantar a ordem e a tal “paz” pregada por Bush quando da invasão covarde. Pelo contrário, hoje o Iraque vive em constante convulsão e será um grande desafio para Obama consertar o que seu antecessor desordenou pela destruição.O caso da perseguição na tentativa de captura do terrorista Osama sempre me cheirou mal. Nunca acreditei na sinceridade do que dizia Bush quanto a isso. E até hoje duvido que, se quisessem mesmo, não tivessem conseguido prender Osama. Já disse o mesmo numa crônica há algum tempo. E não só eu o disse.Neste caso, meus amigos, creio muito mais que têm prevalecido, como escreveu Frei Beto, os antigos e fortes “Laços de Família”. Nenhuma dúvida quanto a isso. Permitam-me realçar aqui apenas este trecho daquele magnífico artigo divulgado em 2002 no qual fica evidente alguns “monstros” que foram criados ou apoiados pelos próprios EUA, em duas eras Bush, e depois perseguidos como “inimigos”:“Tão sintomática quanto a atual censura consentida à mídia nos EUA, é a omissão na imprensa da história de como a CIA criou o general Noriega, do Panamá; Saddam Hussein, do Iraque; e Osama Bin Laden, do circuito Arábia Saudita/Afeganistão.” --- Sem mais comentários.

Mas, voltando ao resultado da eleição americana, como disse Arnaldo Jabor,Obama foi a vitória da razão, da inteligência, da imaginação, da verdadeira América.” Disse tudo. Eu também confio em Obama. Ele me passa essa certeza de que não nos decepcionaremos com sua administração.Não que o mundo vá encontrar de pronto a solução para todos os seus problemas, isso não, seria uma utopia até estúpida. Pelo menos foi derrotada a arrogância, a prepotência, a mentira que ameaçava não só os destinos da maior nação deste planeta como a própria humanidade. Não exagero não. Estou hoje um pouco mais feliz, porque acredito, porque acho que podemos confiar, sim.

Francisco Simões.
****

01/10/2008

PROVA DE REDAÇÃO DA UFMT/2008

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
Pró-Reitoria de Ensino de GraduaçãoCoordenação de Exames VestibularesProcesso Seletivo 2008

-A PROVA DE REDAÇÃO DA UFMT - PROCESSO SELETIVO 2008-

CARTA ABERTA AO GOVERNADOR DE MATO GROSSO



No Vestibular UFMT2008, foi solicitado aos candidatos que produzissem uma carta aberta ao governador do estado em que analisassem o fato “trabalho escravo em Mato Grosso”e reivindicassem medidas para a solução do problema.
A questão do trabalho escravo, pela sua gravidade, causa-nos indignação, também por colocar nosso estado, segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), no segundo lugar dentre os estados brasileiros apontados por essa vergonhosa prática.
O jornal Diário de Cuiabá, em 18/19 de março de 2007, trouxe a seguinte manchete”A produção sucroalcooleira de MT, de onde vem o novo ‘ouro’ brasileiro aos olhos internacionais, o etanol, reúne a maioria das ocorrências de trabalho escravo”. Quatro matérias na mesma página (Cidades – B3) revelam detalhes sobre as condições degradantes de vida desses trabalhadores que chegam, inclusive, a usar drogas para suportar tal situação.
Em 21 de outubro, o jornal de circulação nacional O Estado de São Paulo, em matéria de página inteira (A22 – NACIONAL), apresentou gráficos que apontam o panorama dessa situação no país, além de enfatizar a reação do presidente da União Democrática Ruralista que afirma não haver trabalho escravo em terras de produtores rurais, acusa os fiscais do Ministério do Trabalho de radicalismo e atribui à terceirização da contratação de trabalhadores a responsabilidade.
A revista VEJA, em 17 de outubro, veiculou propaganda social do Ministério do Trabalho em que as pessoas são estimuladas a denunciar essa vergonhosa situação.
Quanto a essa discussão, deixemos que os textos dos vestibulandos falem.
O fato de a UFMT trabalhar, principalmente na proposta de produção textual, com gêneros textuais merece destaque. Essa postura inovadora em vestibulares, em prática em nossa universidade há cinco anos, aponta para o desvelamento das competências lingüística, textual e discursiva dos candidatos, como também pode servir de orientação para a realização de um fazer pedagógico mais afinado com as recomendações de nosso sistema educacional.
Uma palavra sobre gênero textual: palestra, entrevista, conversa, depoimento, interrogatório, apresentação oral de um trabalho, discussão são exemplos de gêneros orais; notícia, artigo, reportagem, bilhete, procuração, resumo, resenha, relatório, charge, receita, lista de compras, conto, poema, romance, carta, verbete de dicionário, recibo, cartão de felicitações, e-mail são exemplos de gêneros utilizados na linguagem escrita em nossa sociedade. São todos eles formas típicas de enunciados – textos orais ou escritos – que se realizam em condições e com finalidades específicas nas diferentes situações de interação social.
O conteúdo temático, o estilo verbal (recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais) e o aspecto composicional constituem as dimensões pelas quais um gênero textual pode ser construído, reconhecido, analisado. Em função das intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, das necessidades comunicativas dos sujeitos em uma situação concreta, essas dimensões são compostas, implementadas na produção do texto, e, na leitura, são reconstruídos pelo leitor.
Cada gênero apresenta especificidades próprias. Não que sejam imutáveis, mas são razoavelmente estáveis. Por exemplo, o gênero solicitado pela CEV/UFMT neste vestibular – a carta aberta. Em que esfera social se produz uma carta aberta? Quem escreve, em geral, esse gênero? Com que propósito? De que lugar? Quando? Quem lê esse gênero? Onde o encontra? Em que condições esse gênero pode ser produzido e em que meios pode circular em nossa sociedade?
O conhecimento relativo a essas questões permite que o vestibulando seja capaz de perceber as condições de produção e de circulação, o que lhe possibilita a escolha de recursos expressivos adequados. Não é a forma em si que define o gênero, é a sua ligação com uma situação social de interação.
Os textos abaixo exemplificam a competência comunicativa de vestibulandos que mostraram entendimento das condições de produção do texto, conhecimento do gênero solicitado, pois aliaram às características discursivas de uma carta aberta a escolha vocabular adequada, o uso de recursos lingüísticos e textuais e a seleção de informações e argumentos eficientes ao propósito do texto. Vale lembrar que a carta aberta, também chamada carta argumentativa, é gênero amplamente utilizado na exposição e defesa de pontos de vista e na reivindicação de solução de problemas.

I.
Carta aberta ao Governador do Estado de Mato Grosso

Excelentíssimo Senhor Blairo Maggi

Diante do expressivo crescimento do setor sucroalcooleiro em Mato Grosso e das grandes apostas do estado no campo do agronegócio, denunciar irregularidades nas condições de trabalho é, além de uma luta pelo respeito aos direitos do trabalhador, uma contribuição para a conquista do mercado internacional. É sabido por todos que este se encontra mais exigente quanto a questões sociais e ambientais.
Contrariando o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso e em acordo com o Ministério Público do Trabalho, denunciamos a existência de trabalho escravo no estado, principalmente nas lavouras de cana. Precárias condições de trabalho, exaustão, escravidão por dívidas e baixa remuneração caracterizam a realidade dos cortadores de cana. Negar a existência dessa reincidente violação dos direitos do trabalhador é ingenuidade.
Atraídos por promessas de melhores condições de vida, muitos nordestinos migram para as tradicionais regiões de produção de álcool, como Ribeirão Preto (a Califórnia Brasileira), ou para as regiões onde o setor sucroalcooleiro é uma grande promessa, como Mato Grosso. Infelizmente não é exagero afirmar que os migrantes são, em sua maioria, recebidos com uma pesada carga de trabalho e condições degradantes de vida. Há uma grave agressão aos direitos humanos, visto que o não cumprimento das leis trabalhistas redunda na destruição da liberdade dos indivíduos submetidos ao trabalho escravo.
Legitimar essa prática é o mesmo que sucumbir às aspirações do agronegócio internacional e, pior, contrariar os direitos naturais dos seres humanos. No exercício do Governo do Estado, esperamos que o Senhor atue de forma veemente diante dessa incontestável realidade.

Organização Não Governamental Trabalho e Liberdade









II.
Cuiabá, 19 de novembro de 2007.

Excelentíssimo Senhor Governador,

A atual conjuntura econômica favorável ao agronegócio internacional, especificamente quanto ao setor sucroalcooleiro, não admite a existência de exploração de trabalhadores nas lavouras de cana de açúcar, onde tem sido verificadas flagrantes situações de desrespeito às leis trabalhistas e à condição humana.
Em diversas regiões do Estado, alguns produtores estão submetendo pessoas, muitas vezes famílias inteiras com crianças em idade escolar, a jornadas de trabalho excessivas e ininterruptas sob condições degradantes fisicamente e, na maioria das vezes, sem o uso de equipamentos de proteção individual.
A condição análoga à de escravo se dá em função do salário que o trabalhador recebe não ser suficiente para cobrir as despesas assumidas durante a prestação de serviços, como adiantamentos ou produtos fornecidos pelo empregador, ficando o trabalhador indefinidamente refém de uma dívida que nunca conseguiria quitar, perdendo literalmente sua liberdade.
As conseqüências da situação em questão são as mais variadas possíveis, como a diminuição do tempo de vida útil de cada trabalhador e a necessidade de aposentadoria precoce por causa de acidentes de trabalho, passando também pela não alfabetização das crianças que trabalham nas lavouras.
Nos últimos doze anos, o Ministério Público do Trabalho registrou diversos casos de trabalho escravo em nosso Estado, de sorte que é gritante a necessidade de serem implantadas medidas na direção de se erradicar toda forma de exploração de mão-de-obra humana, sob pena de prejudicar o comércio de álcool internacionalmente.
O álcool está se tornando um dos principais produtos da pauta de exportação de Mato Grosso, todavia a opinião pública tanto interna quanto externa repudia que esse crescimento se dê às custas do sacrifício humano.

Organização Trabalho e Liberdade

Uma análise rápida dos textos mostra as três dimensões constitutivas do gênero carta aberta satisfeitas. A temática, primeira dimensão, relaciona-se a um fato da atualidade contra o qual qualquer cidadão pode protestar.
Na dimensão relativa à forma composicional, os produtores dos textos se revelam brasileiros no exercício da cidadania que analisam uma situação humilhante e vergonhosa e reivindicam, de um interlocutor em posição de poder – governador do estado, reação-resposta de busca de soluções. Conseqüentemente, a interação estabelece-se formalmente, o que vai refletir na última dimensão. A construção textual é argumentativa, com defesa de um ponto de vista; a estrutura apresenta adequada identificação do destinatário, corpo da carta e identificação do grupo produtor em nome de quem o texto foi construído.
Em relação ao estilo verbal, última dimensão, os vestibulandos atenderam às exigências demandadas pelas condições de produção desse texto, ou seja, utilizaram a escrita padrão – salvo alguns pequenos problemas não significativos para o sentido do texto, operadores argumentativos adequados, tempo verbal e pessoa do discurso apropriados.
Acreditamos que este artigo possa atingir dois objetivos. O primeiro é cumprir uma das especificidades do gênero carta aberta – a publicação na mídia impressa; o segundo relaciona-se ao trabalho com a produção de textos na escola. Uma nova abordagem vem sendo adotada nas escolas visando contemplar a linguagem em seu papel de mediar a relação homem-mundo e, assim fazendo, possibilita aos alunos o acesso aos usos sociais da escrita.
O trabalho com gêneros textuais na sala de aula configura-se o caminho mais adequado para que essa abordagem torne-se realmente produtiva. Torcemos para que esse caminho seja percorrido por mais e mais professores.

Coordenação de Exames Vestibulares/UFMT

O vestibular está se aproximando!

(UEMG/2007) Marque, abaixo, a alternativa em que NÃO HÁ correspondência de sentido entre o termo em negrito e sua interpretação indicada nos parênteses.
a) (...) conseguiu, mesmo num território do efêmero como a música popular, deixar uma obra que o ultrapassa, em duração. (= transitório, passageiro)
b) (...) pois o guarda-chuva, em sua silenciosa dignidade, não toca, não fala nem é histéricocomo o telefone celular. (= irritadiço, que causa irritação)
c) Algumas invenções pareciam irremediavelmente destinadas à obsolescência quando experimentaram um espetacular retorno. (= condenação, censura)
d) E porque tinha uma outra percepção do tempo, conseguiu (...) deixar uma obra que o ultrapassa, em duração. (= entendimento, visão)
e) -
resposta:C

(UEMG/2007) Nas alternativas a seguir, assinale aquela em que se identificou INCORRETAMENTE nos parênteses a idéia do articulador em negrito.
a) É preciso correr atrás do tempo. Ou correr na frente, melhor ainda. (negação)
b) Não como no século XX, nem em quantidade nem em velocidade. (comparação)
c) Ainda que mal comparado, o guarda-chuva não toca como o celular (concessão)
d) Antonio Carlos Jobim não tinha pressa, e é por isso que é lembrado. (causa)
e) -
resposta:A

(UEMG/2007) Assinale, abaixo, a alternativa em cujo enunciado NÃO está presente a idéia de comparação.
a) Os celulares se multiplicam como saúvas, brotam como capim.
b) Como resultado, a própria velocidade do tempo passou a ser um valor em si.
c) As pessoas portam o aparelhinho como se fosse uma peça do vestuário.
d) A rapidez das mudanças tecnológicas assemelha-se à das mudanças de costumes.
e) -
resposta:B

(UEMG/2007) Marque, nas alternativas a seguir, aquela em que o autor NÃO se utilizou da linguagem figurada.
a) Parar é chatear-se, e lá vamos nós: a gastança do tempo, a gula de digeri-lo, o consumo compulsivo (...)dessa substância sem cor nem cheiro chamada tempo.
b) Gostava de passarinhos, árvores, canções e poesia, quatro produtos fora do alcance da indústria da urgência.
c) Esta observação, como já terá adivinhado o leitor, vem a propósito da morte desse grande brasileiro que foi Antonio Carlos Jobim (...)
d) Ele andou na contramão da mistificação da pressa que se abateu sobre as vidas da esmagadora maioria de seus contemporâneos.
e) -
resposta:C

. Indique a alternativa que preenche corretamente as lacunas.Ainda _______ furiosa, mas com _________ violência, proferia injúrias _______ para escandalizar os mais arrojados.
meia – menas – bastantes
meia – menos – bastante
meio – menos – bastante
meio – menos – bastantes
meio – menas – bastantes

(Fuvest) - Haveis de entender, começou ele, que a virtude e o saber têm duas existências paralelas, uma no sujeito que as possui, outra no espírito dos que o ouvem ou contemplam. Se puserdes as mais sublimes virtudes e os mais profundos conhecimentos em um sujeito solitário, remoto de todo contato com outros homens, é como se eles não existissem. Os frutos de uma laranjeira, se ninguém os gostar, valem tanto como as urzes e plantas bravias, e, se ninguém os vir, não valem nada; ou, por outras palavras mais enérgicas, não há espetáculo sem espectador. Um dia, estando a cuidar nestas cousas, considerei que, para o fim de alumiar um pouco o entendimento, tinha consumido os meus longos anos, e, aliás, nada chegaria a valer sem a existência de outros homens que me vissem e honrassem; então cogitei se não haveria um modo de obter o mesmo efeito, poupando tais trabalhos, e esse dia posso agora dizer que foi o da regeneração dos homens, pois me deu a doutrina salvadora. (Machado de Assis, O segredo do bonzo)De acordo com o texto,
A-os homens que sabem ouvir e contemplar tornam-se sábios e virtuosos.
B-a virtude e o saber adquirem existência quando compartilhados pelos homens. [CORRETA]
C-a virtude e o saber existem no espírito do homem que consegue perceber a dualidade da existência.
Da virtude e o saber, por terem realidades paralelas, devem ser conquistados individualmente.
E-o homem sábio e virtuoso, para iluminar-se, deve buscar uma vida isolada e contemplativa.

(Fuvest) - Haveis de entender, começou ele, que a virtude e o saber têm duas existências paralelas, uma no sujeito que as possui, outra no espírito dos que o ouvem ou contemplam. Se puserdes as mais sublimes virtudes e os mais profundos conhecimentos em um sujeito solitário, remoto de todo contato com outros homens, é como se eles não existissem. Os frutos de uma laranjeira, se ninguém os gostar, valem tanto como as urzes e plantas bravias, e, se ninguém os vir, não valem nada; ou, por outras palavras mais enérgicas, não há espetáculo sem espectador. Um dia, estando a cuidar nestas cousas, considerei que, para o fim de alumiar um pouco o entendimento, tinha consumido os meus longos anos, e, aliás, nada chegaria a valer sem a existência de outros homens que me vissem e honrassem; então cogitei se não haveria um modo de obter o mesmo efeito, poupando tais trabalhos, e esse dia posso agora dizer que foi o da regeneração dos homens, pois me deu a doutrina salvadora. (Machado de Assis, O segredo do bonzo)No texto, ao afirmar "então cogitei se não haveria um modo de obter o mesmo efeito, poupando tais trabalhos", a personagem
A-expressa a intenção de divulgar seus conhecimentos, aproximando-se dos outros homens.
B-procura convencer o leitor a poupar esforços na busca do conhecimento.
C-demonstra que a virtude e o saber exigem muito trabalho dos homens.
D-resume o conceito da doutrina salvadora, desenvolvida no parágrafo.
E-exprime a idéia de que a admiração dos outros é mais importante do que o conhecimento em si. [CORRETA]


(Fuvest) "As palavras, paralelamente, iam ficando sem vida. Já a oração era morna, depois fria, depois inconsciente..."(Machado de Assis, Entre santos)
"Nas feiras, praças e esquinas do Nordeste, costuma-se ferir a madeira com o que houver à mão: gilete, canivete ou prego. Já nos ateliês sediados entre Salvador e o Chuí, artistas cultivados preferem a sutileza da goiva ou do buril."(Veja, 17/8/94, p.122)
"Ele só se movimenta correndo e perdeu o direito de brincar sozinho na rua onde mora - por diversas vezes já, atravessou-a com o sinal fechado para pedestres, desviando-se de motoristas apavorados."(Veja, 24/08/94, p.50)
Nos textos acima, o termo exprime, respectivamente, a idéia de
A-tempo, causalidade, intensificação.
B-oposição, espaço, tempo.
C-tempo, oposição, intensificação. [CORRETA]
D-intensificação, oposição, tempo.
E-tempo, espaço, tempo.

29/09/2008

Atividades de interpretação de textos

(FUVEST) Texto para as questões 65 a 70:
A FLAUTA E O SABIÁ
Em rico estojo de veludo, pousado sobre uma mesa de charão, jazia uma flauta de prata. Justamente por cima da mesa, em riquíssima gaiola suspensa ao teto, morava um sabiá. Estando a sala em silêncio, e descendo um raio de sol sobre a gaiola, eis que o sabiá, contente, modula uma ária.
Logo a flauta escarninha põe-se a casquinar no estojo como a zombar do módulo cantor silvestre.
- De que te ris? indaga o pássaro.
E a flauta em resposta:
- Ora esta! pois tens coragem de lançar guinchos diante de mim?
- E tu quem és? ainda que mal pergunte.
- Quem sou? Bem se vê que és um selvagem. Sou a flauta. Meu inventor, Mársias, lutou com Apolo e venceu-o. Por isso o deus despeitado o imolou. Lê os clássicos.
- Muito prazer em conhecer... Eu sou um mísero sabiá da mata, pobre de mim! fui criado por Deus muito antes das invenções. Mas deixemos o que lá foi. Dize-me: que fazes tu?
- Eu canto.
- O ofício rende pouco. Eu que o diga que não faço outra coisa. Deixarei, todavia, de cantar - e antes nunca houvesse aberto o bico porque, talvez, sendo mudo, não me houvessem escravizado - se, ouvindo a tua voz, convencer-me de que és superior a mim. Canta! Que eu aprecie o teu gorjeio e farei como for de justiça.
- Que eu cante?!...
- Pois não te parece justo o meu pedido?
- Eu canto para regalo dos reis nos paços; a minha voz acompanha hinos sagrados nas igrejas. O meu canto é a harmoniosa inspiração dos gênios ou a rapsódia sentimental do povo.
- Pois venha de lá esse primor. Aqui estou para ouvir-te e para proclamar-te, sem inveja, a rainha do canto.
- Isso agora não é possível.
- Não é possível! por quê?
- Não está cá o artista.
- Que artista?
- O meu senhor, de cujos lábios sai o sopro que transformo em melodia. Sem ele nada posso fazer.
- Ah! é assim?
- Pois como há de ser?
- Então, minha amiga - modéstia à parte - vivam os sabiás! Vivam os sábias e todos os pássaros dos bosques, que cantam quando lhes apraz, tirando do próprio peito o alento com que fazem a melodia. Assim da tua vanglória há muitos que se ufanam. Nada valem se os não socorre o favor de alguém; não se movem se os não amparam; não cantam se lhes não dão sopro; não sobem se os não empurram. O sabiá voa e canta - vai à altura porque tem asas, gorjeia porque tem voz. E sucede sempre serem os que vivem do prestígio alheio, os que mais alegam triunfos. Flautas, flautas... cantam nos paços e nas catedrais... pois venha daí um dueto comigo.
E, ironicamente, a toda a voz, pôs-se a cantar o sabiá, e a flauta de prata, no estojo de veludo... moita.
Faltava-lhe o sopro.
(Coelho Neto)
65. Do texto, pode-se inferir que a cena começa:
A-num recinto em silêncio.
B-ao ar livre, numa varanda iluminada pelo sol.
C- no paço real, com um festa oferecida pelos cortesãos para regalar o monarca.
D-no adro de uma igreja, ao som dos hinos sagrados.
E-na prateleira de uma das salas ensolaradas de uma ruidosa loja de instrumentos musicais.
66. Dentre as seguintes expressões proverbiais, indique aquela que melhor se aplica ao texto "A flauta e o sabiá":
a) Gato escaldado tem medo de água fria.
b) Não se deve fazer continência com o chapéu alheio.
c) Patrão fora, feriado na loja.
d) Mais vale um pássaro na mão que dois voando.
e) Santo de casa não faz milagre.
67. Dentre as seguintes passagens do texto, assinale a que justifica o contentamento do sabiá:
A- "... riquíssima gaiola suspensa ao teto...".
B-"... sobre uma mesa de charão, jazia uma flauta... por cima da mesa... morava um sabiá...".
C-"... descendo um raio de sol sobre a gaiola ...".
D- "Estando a sala em silêncio...".
E- "... o sabiá, contente, modula uma ária".
68. No texto, a expressão o deus refere-se a:
a) Apolo (o deus do sol) d) Deus (criador do sabiá)
b) Mársias (o gênio da flauta) e) o Senhor da flauta
c) Orfeu (o deus da música)
69. Com a frase Lê os clássicos, a flauta está sugerindo que o sabiá:
A-conheça os autores que foram contemplados com o Prêmio Nobel de literatura.
B-desconhece os compositores de música clássica.
C-deve ler os principais "best-sellers".
D-ignora a cultura greco-latina.
lE-ê os clássicos brasileiros.
70. O sabiá desafiou a flauta a cantar porque:
A-quem canta para reis devotos nas igrejas canta para qualquer pessoa.
B-as flautas foram inventadas para cantar.
C-cantar era uma arte própria da flauta.
´D- ele mesmo não conseguiria abrir o bico.
E-a flauta havia menosprezado o talento dele.
(FUVEST) Texto para as questões 71 a 78:
Um dia desta semana, farto de vendavais, naufrágios, boatos, mentiras, polêmicas, farto de ver como se descompõem os homens, acionistas e diretores, importadores e industriais, farto de mim, de todos, de um tumulto sem vida, de um silêncio sem quietação, peguei de uma página de anúncios, e disse comigo:
- Eia, passemos em revistas as procuras e ofertas, caixeiros desempregados, pianos, magnésias, sabonetes, oficiais de barbeiro, casas para alugar, amas-de-leite, cobradores, coqueluche, hipotecas, professores, tosses crônicas...
E o meu espírito, estendendo e juntando as mãos e os braços, como fazem os nadadores, que caem do alto, mergulhou por uma coluna abaixo. Quando voltou à tona trazia entre os dedos esta pérola:
"Uma viúva interessante, distinta, de boa família e independente de meios, deseja encontrar por esposo um homem de meia-idade, sério, instruído, e também com meios de vida, que esteja como ela, cansado de viver só, resposta por carta ao escritório desta folha, com as iniciais M.R. ... anunciando, a fim de ser procurada essa carta."
Gentil viúva, eu não sou o homem que procuras, mas desejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato, porque tu não és qualquer pessoa, tu vales alguma cousa mais que o comum das mulheres. Ai de quem está só! dizem as sagradas letras; mas não foi a religião que te inspirou esse anúncio. Nem motivo teológico, nem metafísico. Positivo também não, porque o positivismo é infenso às segundas núpcias. Que foi então, senão a triste, longa e aborrecida experiência? Não queres amar, estás cansada de viver só.
E a cláusula de ser esposo outro aborrecido, farto de solidão, mostra que tu não queres enganar, nem sacrificar ninguém. Ficaram desde já excluídos os sonhadores, os que amem o ministério e procurem justamente esta ocasião de comprar um bilhete na loteria da vida. Que não pedes um diálogo de amor, é claro, desde que impões a cláusula da meia-idade, zona em que as paixões arrefecem, onde as flores vão perdendo a cor purpúrea e o viço eterno. Não há de ser um náufrago, à espera de uma tábua de salvação, pois que exiges que também, possua. E há de ser instruído, para encher com as cousas do espírito as longas noites do coração, e contar (sem as mãos presas) a tomada de Constantinopla.
Viúva dos meus pecados, quem és tu que sabes tanto? O teu anúncio lembra a carta de certo capitão da guarda de Nero. Rico, interessante, aborrecido, como tu, escreveu um dia ao grave Sêneca, perguntando-lhe como se havia de curar do tédio que sentia, e explicava-se por figura: "Não é a tempestade que me aflige, é o enjôo do mar." Viúva minha, o que tu queres realmente, não é um marido, é um remédio contra o enjôo. Vês que a travessia ainda é longa, - porque a tua idade está dentre trinta e dous e trinta e oito anos, - o mar é agitado, o navio joga muito; precisas de um preparado para matar esse mal cruel e indefinível. Não te contenta com o remédio de Sêneca, que era justamente a solidão, "a vida retirada, em que a lama acha todo o seu sossego". Tu já provaste esse preparado; não te fez nada. Tentas outro; mas queres menos um companheiro que uma companhia.
(Machado de Assis, A Semana, 1882)
71. Em qual dos elementos abaixo se baseia a imagem mais recorrente no texto?
a) água d) fogo
b) terra e) sol
c) ar
72. No trecho "Ficam desde já excluídos os sonhadores..." (§6º), entende-se que os sonhadores ficam excluídos do grupo dos que:
a) têm condições de serem escolhidos.
b) desejam comprar um bilhete da loteria.
c) sacrificam os outros.
d) querem um diálogo de amor.
e) amam o mistério.
73. No trecho "... precisas de um preparado para matar esse mal cruel e indefinível." (§7º), o "mal" é:
a) a falta de amor d) a saudade do casamento
b) o tédio da solidão e) a aproximação da velhice
c) o enjôo do mar
74. De acordo com o texto, o cronista teve desejo de ver a viúva porque:
a) ela era distinta e interessante.
b) ela possuía bens que a tornavam independente.
c) ela lhe parecia superior às outras mulheres.
d) ela estava triste e precisava de consolo.
e) ele também estava cansado de viver só.
75. De acordo com o texto, o capitão:
A-pretendia, por motivos pessoais, deixar suas funções de guarda do imperador.
B- não suportava mais a solidão das prolongadas viagens marítimas.
C-tinha a saúde abalada pelo sacudir constante do navio.
D-estava aborrecido porque tinha conflitos com seus companheiros de trabalho.
E-devia procurar a solução para seu problema dentro de si mesmo.
76. Infere-se do texto que, na opinião do cronista:
A-a viúva, tendo sido feliz no primeiro casamento, desejava retomar no segundo o ritmo daqueles dias que se haviam ido.
B- o primeiro marido da viúva fora uma pessoa séria e aborrecida, que poucas alegrias lhe dera enquanto vivo.
C-a viúva pretendia encontrar, no segundo casamento, uma vida mais cheia de aventuras e viagens emocionantes.
D-o verdadeiro objetivo da viúva era constituir uma fortuna razoável, juntando suas posses às do futuro marido.
E- a morte do primeiro marido deixara na vida de sua mulher um vazio que ela desejava preencher com outro casamento.
77. De acordo com o texto:
A o eventual pretendente à viúva deve procurar resposta a sua carta na redação do jornal.
B a viúva, ou alguém em seu lugar, procurará na redação a carta do eventual pretendente.
Co jornal veiculará novo anúncio, em resposta aos eventuais pretendentes da viúva.
Da viúva deixará na redação do jornal uma carta, em resposta ao pretendente eventualmente escolhido.
Eum novo anúncio fará saber ao eventual pretendente que a viúva oportunamente o procurará.
78. Entre os excertos abaixo, assinale aquele que o autor cria uma metáfora de "vida":
A... como se descompõem os homens, acionistas e diretores, importadores e industriais...
B... o meu espírito, estendendo e juntando as mãos e os braços, como fazem os nadadores, que caem do alto, mergulhou por uma coluna abaixo.
C... a meia-idade, zona em que as paixões arrefecem, onde as flores vão perdendo a cor purpúrea e o viço eterno.
D... a travessia ainda é longa, o mar é agitado, o navio joga muito.
E... o remédio é a solidão, a vida retirada, em que a alma acha todo o seu sossego.

respostas: 65 - A 66 - B 67 - C 68 - A 69 - D 70 - E 71 - A 72 - A - 73 - B
74 - C 75 - E 76 - E 77 - B 78 D

SONETO DE FIDELIDADE NUMA VERSÃO VESTIBULANDA

Sonhando com a Felicidade Rayane Teles
De tudo sobre o vestibular estarei atento
Antes, e com tal empenho, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
De estudar, acharei meu conhecimento.
Não quero viver em vão esse momento
E sim com louvor conquistar meu canto
E rir todo riso e até derramar algum pranto
Ao se pensar nas saudações de contentamento.
window.google_render_ad();
E assim, quando mais tarde me encontre
Quem sabe o vestibular, angústia de quem vive
Quem sabe a aprovação, fim de quem estuda.
Eu possa lhe dizer do ano que tive:
Que não seja imortal, posto que eu passe
Mas que seja produtivo enquanto dure.
ORIGINAL
Soneto de Fidelidade Vinicius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

O VESTIBULAR ESTÁ SE APROXIMANDO, GALERA!!

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO




A Interpretação de Textos e os Modernos VestibularesInterpretar exige raciocínio, discernimento e compreensão do mundo
A interpretação de textos é de fundamental importância para o vestibulando. Você já se perguntou por quê? Há alguns anos, as provas de Português, nos principais vestibulares do país, traziam uma frase, e dela faziam-se as questões. Eram enunciados soltos, sem conexão, tão ridículos que lembravam muito aquelas frases das antigas cartilhas: "Ivo viu a uva". Os tempos são outros, e, dentro das modernas tendências do ensino de línguas, fica cada vez mais claro que o objetivo de ensinar as regras da gramática normativa é simplesmente o texto. Aprendem-se as regras do português culto, erudito, a fim de melhorar a qualidade do texto, seja oral, seja escrito.
Nesse sentido, todas as questões são extraídas de textos, escolhidos criteriosamente pelas bancas, em função da mensagem/conteúdo, em função da estrutura gramatical. Ocorrem casos de provas contextualizadas, em que todos os textos abordam o mesmo assunto, ou seja, provas monotemáticas - exemplo adotado pela PUC/RS. Por sua vez, a Unisinos prefere o tema único nas 50 questões de humanas (Português, Língua Estrangeira, Geografia e História ).Dessa maneira, fica clara a importância do texto como objetivo último do aprendizado de língua.
Quais são os textos escolhidos?
Textos retirados de revistas e de jornais de circulação nacional têm a preferência. Portanto, o romance, a poesia e o conto são quase que exclusividade das provas de Literatura (que também trabalham interpretação, por evidente). Assim, seria interessante observar as características fundamentais desses produtos da imprensa.
Os Artigos
São os preferidos das bancas. Esses textos autorais trazem identificado o autor. Essas opiniões são de expressa responsabilidade de quem as escreveu - chamado aqui de articulista - e tratam de assunto da realidade objetiva, pautada pela imprensa. Vejamos um exemplo: um dado conflito eclode em algum ponto do planeta (a todo o instante surge algum), e o professor Décio Freitas, historiador, abordará, em seu artigo em ZH, os aspectos históricos do embate. Portanto, os temas são, quase sempre, bem atuais.
Trata-se, em verdade, de texto argumentativo, no qual o autor/emissor terá como objetivo convencer o leitor/receptor. Nessa medida, é idêntico à redação escolar, tendo a mesma estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão.Exemplo de Artigo
Os nomes de quase todas as cidades que chegam ao fim deste milênio como centros culturais importantes seriam familiares às pessoas que viveram durante o final do século passado. O peso relativo de cada uma delas pode ter variado, mas as metrópoles que contam ainda são basicamente as mesmas: Paris, Nova Iorque, Berlim, Roma, Madri, São Petesburgo.(Nelson Archer - caderno Cidades, Folha de S. Paulo, 02/05/99)
Os Editoriais
Novamente , são opinativos, argumentativos e possuem aquela mesma estrutura. Todos os jornais e revistas têm esses editoriais. Os principais diários do país produzem três textos desse gênero. Geralmente um deles tratará de política; outro, de economia; um outro, de temas internacionais. A diferença em relação ao artigo é que o autor, o editorialista, não expressa sua opinião, apenas serve de intermediário para revelar o ponto de vista da instituição, da empresa, do órgão de comunicação. Muitas vezes, esses editoriais são produzidos por mais de um profissional. O editorialista é, quase sempre, antigo na casa e, obviamente, da confiança do dono da empresa de comunicação. Os temas, por evidente, são a pauta do momento, os assuntos da semana.
As Notícias
Aqui temos outro gênero, bem diverso. As notícias são autorais, isto é, produzidas por um jornalista claramente identificado na matéria. Possuem uma estrutura bem fechada, na qual, no primeiro parágrafo (também chamado de lide), o autor deve responder às cinco perguntinhas básicas do jornalismo: Quem? Quando? Onde? Como? E por quê?
Essa maneira de fazer texto atende a uma regra do jornalismo moderno: facilitar a leitura. Se o leitor/receptor desejar mais informações sobre a notícia, que vá adiante no texto. Fato é que, lendo apenas o parágrafo inicial, terá as informações básicas do assunto. A grande diferença em relação ao artigo e ao editorial está no objetivo. O autor quer apenas "passar" a informação, quer dizer, não busca convencer o leitor/receptor de nada. É aquele texto que os jornalistas chamam de objetivo ou isento, despido de subjetividade e de intencionalidade.
Exemplo de Notícia
O juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, negou-se a responder ontem à CPI do judiciário todas as perguntas sobre sua evolução patrimonial. Ele invocou a Constituição para permanecer calado sempre que era questionado sobre seus bens ou sobre contas no exterior.(Folha de S. Paulo, 05/05/99)
As Crônicas
Estamos diante da Literatura. Os cronistas não possuem compromisso com a realidade objetiva. Eles retratam a realidade subjetiva. Dessa maneira, Rubem Braga, cronista, jornalista, produziu, por exemplo, um texto abordando a flor que nasceu no seu jardim. Não importa o mundo com suas tragédias constantes, mas sim o universo interior do cronista, que nada mais é do que um fotógrafo de sua cidade. É interessante verificar que essas características fundamentais da crônica vão desaparecendo com o tempo. Não há, por exemplo, um cronista de Porto Alegre (talvez o último deles tenha sido Sérgio da Costa Franco).
Se observarmos o jornal Folha de S. Paulo, teremos, junto aos editoriais e a dois artigos sobre política ou economia, uma crônica de Carlos Heitor Cony, descolada da realidade, se assim lhe aprouver (Cony, muitas vezes, produz artigos, discutindo algo da realidade objetiva). O jornal busca, dessa maneira, arejar essa página tão sisuda. A crônica é isso: uma janela aberta ao mar. Vale lembrar que o jornalismo, ao seu início, era confundido com Literatura. Um texto sobre um assassinato, por exemplo, poderia começar assim: " Chovia muito, e raios luminosos atiravam-se à terra. Num desses clarões, uma faca surge das trevas..." Dá-se o nome de nariz de cera a essas matérias empoladas, muito comuns nos tempos heróicos do jornalismo.
Sobre a crônica, há alguns dados interessantes. Considerada por muito tempo como gênero menor da Literatura, nunca teve status ou maiores reconhecimentos por parte da crítica. Muitos autores famosos, romancistas, contistas ou poetas, produziram excelentes crônicas, mas não são conhecidos por isso. Carlos Drummond de Andrade é um belo exemplo. Pela grandeza de sua poesia, o grande cronista do cotidiano do Rio de Janeiro foi abafado. O mesmo pode-se falar de Olavo Bilac, que, no início do século passado, passou a produzir crônicas num jornal carioca, em substituição a outro grande escritor, Machado de Assis.
Essa divisão dos textos da imprensa é didática e objetiva esclarecer um pouco mais o vestibulando. No entanto, é importante assinalar que os autores modernos fundem essa divisão, fazendo um trabalho misto. É o caso de Luis Fernando Verissimo, que ora trabalha uma crônica, com os personagens conversando em um bar, terminando por um artigo, no qual faz críticas ao poder central, por exemplo. Martha Medeiros, por seu turno, produz, muitas vezes, um artigo, revelando a alma feminina. Em outros momentos, faz uma crônica sobre o quotidiano.
Exemplo de Crônica
Quando Rubem Braga não tinha assunto, ele abria a janela e encontrava um. Quando não encontrava, dava no mesmo, ele abria a janela, olhava o mundo e comunicava que não havia assunto. Fazia isso com tanto engenho e arte que também dava no mesmo: a crônica estava feita.
Não tenho nem o engenho nem a arte de Rubem, mas tenho a varanda aberta sobre a Lagoa - posso não ver melhor, mas vejo mais. Otto Maria Carpeaux não gostava do gênero "crônica", nem adiantava argumentar contra, dizer, por exemplo, que os cronistas, uns pelos outros, escreviam bem. Carpeaux lembrava então que escrever é verbo transitivo, pede objeto direto: escrever o quê? Maldade do Carpeaux. (...)
Nelson Rodrigues não tinha problemas. Quando não havia assunto, ele inventava. Uma tarde, estacionei ilegalmente o Sinca-Chambord na calçada do jornal. Ele estava com o papel na máquina e provisoriamente sem assunto. Inventou que eu descia de um reluzente Rolls Royce com uma loura suspeita, mas equivalente à suntuosidade do carro. Um guarda nos deteve, eu tentei subornar a autoridade com dinheiro, o guarda não aceitou o dinheiro, preferiu a loura. Eu fiquei sem a multa e sem a mulher. Nelson não ficou sem assunto.(Carlos Heitor Cony, Folha de S. Paulo, 02/01/98)

A interpretação serve para Química!
Responda rápido a uma pergunta: O que há em comum entre os vestibulandos aprovados nos primeiros lugares? Será que possuem semelhanças? Sim, de fato, o que os identifica é a leitura e a curiosidade pelo mundo que os cerca. Eles lêem bastante, e lêem de tudo um pouco. As instituições de ensino superior não querem mais aquele aluno que decora regrinhas. Elas buscam o cidadão que possui leitura e conhecimento de mundo. Nesse aspecto, as questões, inclusive das provas de exatas, muitas vezes pedem criticidade e compreensão de enunciados. Quantas vezes você, caro vestibulando, não errou uma questão de Física ou de Biologia por não entender o que foi pedido. Pois estamos falando de interpretação de textos. A leitura e a interpretação tornam-se, dessa maneira, exigência de todas as disciplinas. E não pense que essa capacidade crítica de entender o texto escrito (e até falado) é exclusividade do vestibular. Quando você for buscar uma vaga no mercado de trabalho, a criticidade, a capacidade de comunicação e de compreensão do mundo serão atributos importantes nessa concorrência. Lembre-se disso na hora de planejar os estudos para os próximos vestibulares.
Instruções Gerais
Em primeiro lugar, você deve ter em mente que interpretação de textos em testes de múltipla escolha pressupõe armadilhas da banca. Isso significa dizer que as questões são montadas de modo a induzir o incauto e sofrido vestibulando ao erro. Nesse sentido, é importante observar os comandos da questão (de acordo com o texto, conforme o texto, segundo o autor...). Se forem esses os comandos, você deve-se limitar à realidade do texto. Muitas vezes, as alternativas extrapolam as verdades do texto; ou ainda diminuem essas mesmas verdades; ou fazem afirmações que nem de longe estão no texto.Exemplo de EditorialUFRGS - 1998
Em 1952, inspirado nas descrições do viajante Hans Staden, o alemão De Bry desenhou as cerimônias de canibalismo de índios brasileiros. São documentos de alto valor histórico (...)Porém não podem ser vistos como retratos exatos: o artista, sob influência do Renascimento, mitigou a violência antropofágica com imagens idealizadas de índios, que ganharam traços e corpos esbeltos de europeus. As índias ficaram rechonchudas como as divas sensuais do pintor holandês Rubens.
No século XX, o pintor brasileiro Portinari trabalhou o mesmo tema. Utilizando formas densas, rudes e nada idealizadas, Portinari evitou o ângulo do colonizador e procurou não fazer julgamentos. A Antropologia persegue a mesma coisa: investigar, descrever e interpretar as culturas em toda a sua diversidade desconcertante.
Assim, ela é capaz de revelar que o canibalismo é uma experiência simbólica e transcendental - jamais alimentar.
Até os anos 50, waris e kaxinawás comiam pedaços dos corpos dos seus mortos. Ainda hoje, os ianomâmis misturam as cinzas dos amigos no purê de banana. Ao observar esses rituais, a Antropologia aprendeu que, na antropogafia que chegou ao século XX, o que há é um ato amoroso e religioso, destinado a ajudar a alma do morto a alcançar o céu. A SUPER, ao contar toda a história a você, pretende superar os olhares preconceituosos, ampliar o conhecimento que os brasileiros têm do Brasil e estimular o respeito às culturas indígenas. Você vai ver que o canibalismo, para os índios, é tão digno quanto a eucaristia para os católicos. É sagrado.(adaptado de: Superinteressante, agosto, 1997, p.4)
Questão 15 da prova de 98
Considere as seguintes informações sobre o texto:
I - Segundo o próprio autor do texto, a revista tem como único objetivo tornar o leitor mais informado acerca da história dos índios brasileiros.
II - Este texto introduz um artigo jornalístico sobre o canibalismo entre índios brasileiros.
III - Um dos principais assuntos do texto é a história da arte no Brasil.
Quais são corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e III
e) Apenas II e III
Resposta correta: B
Comentários:A afirmação I usa a palavra único, o vestibulando deve cuidar muito com essa palavrinha, geralmente ela traz uma armadilha. A afirmação reduz o texto, que vai bem além de ter como único objetivo informar sobre a história dos índios. Aliás, não é a história dos índios, mas sim da antropofagia deles.
A afirmação III está erradíssima, pois a história da arte está longe de ser um dos assuntos principais do texto.
Essas afirmações da banca merecem algumas observações. Em primeiro lugar, a afirmação I diz: "Segundo o próprio autor do texto". Mas quem é esse autor, tendo em vista que se trata de editorial? Não há um autor expresso. A afirmação II, considerada como certa, traz uma imprecisão. O texto não introduz um artigo jornalístico. Como vimos, artigo é bem diferente. O editorial introduz matéria ou reportagem, nunca um artigo. Percebe-se aqui que os professores que elaboraram o texto desconhecem a tipologia e a nomenclatura textual do moderno jornalismo.
Testes
Vamos aproveitar os textos das provas da UFRGS 2000 e 1999, para formularmos algumas questões bem emblemáticas em relação à interpretação de textos.
Questão 1
Qual das alternativas abaixo é a correta:
UFRGS 2000
No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de uma mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
A) Os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos de mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
Essa política, a multiplicidade lingüística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram da África dificultaram a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano, incluindo-se aí a preservação das línguas.
B) A política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros, de fato, impediu a formação de núcleos solidários.
Os negros, porém, ao longo de todo o período colonial, tentaram superar a diversidade de culturas que os dividia, juntando fragmentos das mesmas mediante procedimentos diversos, entre eles a formação de quilombos e a realização de batuques e calundus. (...)
C) A única forma que os negros encontraram para impedir essa ação dos portugueses foi formando quilombos e realizando batuques e calundus.
As autoridades procuraram evitar a formação desses núcleos solidários, quer destruindo os quilombos, que causavam pavor aos agentes da Coroa - e, de resto, aos proprietários de escravos em geral -, quer reprimindo os batuques e os calundus promovidos pelos negros. Sob a identidade cultural, poderiam gerar uma consciência danosa para a ordem colonial. Por isso, capitães-do-mato, o Juízo Eclesiástico e, com menos empenho, a Inquisição foram colocados em seu encalço.
D) A Inquisição não se empenhou em reprimir a cultura dos negros, porque estava ocupada com ações maiores.
Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas - e indígenas - como um mal necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, ainda, alguns clérigos aprenderam as línguas africanas, como um jesuíta na Bahia e o padre Vieira, ambos no Seiscentos. Outras pessoas, por se envolverem no tráfico negreiro ou viverem na África - como Matias Moreira, residente em Angola no final do Quinhentos -, devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros.
E) Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns senhores e entre alguns clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto.
(Adaptado de: VILLALTA, Luiz Carlos. O que se fala e o que se lê: língua, instrução e leitura. In: MELLO e SOUZA. História da Vida Privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. V1. P.341-342.)
Questão 1
A) Observe o advérbio totalmente. Além disso, o texto usa o verbo evitar, a afirmação utiliza impedir. Eles são semanticamente bem distintos. Logo, a afirmação exagera, extrapola o texto. Cuidado com os advérbios.
B) A afirmativa b diz apenas a multiplicidade cultural dos negros. No texto, foram a multiplicidade e as hostilidades recíprocas. Portanto, a afirmativa b reduz a verdade do texto.
C) Na afirmativa, há a expressão a única forma, e o texto usa entre eles. Novamente, temos uma redução, uma diminuição da verdade textual.
D) O texto não explica a falta de empenho da Inquisição, dessa maneira a afirmação não está no texto. Trata-se de um acréscimo à realidade textual.
E) Resposta Correta.

26/09/2008

Para especialistas, hífen pode complicar reforma ortográfica





Favoráveis ou não às mudanças ortográficas, especialistas ouvidos pelo G1 são unânimes ao afirmar que as novas regras do hífen são as mais polêmicas e que exigem maior trabalho da Academia Brasileira de Letras (ABL) na implementação do acordo ortográfico sancionado nesta segunda-feira (29) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O problema sério é o uso do hífen, hoje ele é muito complicado. Houve uma tentativa de racionalização do seu uso, mas há muitas exceções”, afirma o professor de lingüística da Universidade de São Paulo (USP) José Luiz Fiorin. Segundo o professor, o acordo assinado tem lacunas sobre as palavras compostas que levam o sinal gráfico. “O acordo diz que nas palavras formadas por composição haverá o hífen, exceto quando se perdeu a noção da composição. Mas a perda não pode ficar a critério de cada falante”, aponta.
saiba mais
O que você achou da reforma ortográfica?
Entenda a reforma ortográfica da língua portuguesa
Brasileiros terão que reaprender ortografia da língua portuguesa
Hífen é novo vilão da reforma ortográfica
ABL comemora aprovação da reforma ortográfica em Portugal
Parlamento português aprova acordo ortográfico
MEC exige que livros didáticos de 2010 tenham nova ortografia
Fiorin exemplifica o problema com as palavras “madressilva” (nome de uma planta) e “pára-quedas”. Para o professor, o acordo não define claramente qual será o destino desses vocábulos. A solução está na criação de um vocabulário pela ABL, que estabelece as normas para os vazios deixados pela reforma. “Se o vocabulário for baseado só no que muda, não demora muito para fazer: é questão de alguns poucos meses. Mas se for necessário construir todo o vocabulário, o processo vai demorar muito”, afirma.

Mãos à obra
Crítico da reforma ortográfica, o professor Sérgio Nogueira argumenta que agora é hora de enfrentar o problema. “A essa altura, não tem mais jeito. É inevitável, a reforma, então temos de aprender”, afirmou. Na opinião de Nogueira, o acordo não serve para unificar a língua dos oito países que falam português. “Há diferenças que a reforma não pega, que são os aspectos semânticos e sintáticos.”
“O pior problema vai ser com o hífen, que já é difícil por natureza. As pessoas não têm conhecimento sobre a regra”,diz. “Ainda há casos problemáticos e há palavras que têm duas grafias. Tudo isso precisa ser resolvido”, diz. Para o professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e autor do livro “Escrevendo pela Nova Ortografia”, José Carlos Santos de Azeredo, o texto aprovado tem um vácuo quando aborda o uso do hífen. “O acordo não é muito preciso no que diz respeito às formas constituídas de dois substantivos ligados por preposição”, diz. O exemplo é a palavra “pé-de-cabra” (nome de uma ferramenta), que, segundo as novas regras, não deveria ter hífen. No entanto, de acordo com Azeredo, o próprio acordo aponta que, em composições de palavras cujo uso do hífen se consagrou, não haverá alterações.

Que a visão do fim do analfabetismo político ilumine cada cidade desse imenso BRASIL nas Eleições Municipais que se aproximam velozmente.(Marcelo Tas)



Fala aí, Bertoldo:


..::..




"O Analfabeto Político", por Bertolt Brecht

O pior analfabeto
É o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo da vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguel, do sapato e do remédio
Dependem das decisões políticas.

O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E estufa o peito dizendo
Que odeia a política.

Não sabe o imbecil que
da sua ignorância política
Nascem a prostituta, o menor abandonado,
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e multinacionais.

Fonte http://marcelotas.blog.uol.com.br/

25/09/2008

"...SÓ NÃO SE PERCA AO ENTRAR NO MEU INFINITO PARTICULAR.."


Caso não apareça o slide clique no X

FOTOS: Deborah/Evilásio e guias

14/09/2008

PARA QEU SE FAÇA UMA REFLEXÃO NO MOMENTO, NADA MELHOR DO QUE RELER RUI BARBOSA: POLÍTICA&POLITICALHA


POLÍTICA E POLITICALHA

A política afina o espírito humano, educa os povos, desenvolve nos indivíduos a atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia, cria, apura, eleva o merecimento.Não é esse jogo da intriga, da inveja e da incapacidade, entre nós se deu a alcunha de politicagem. Esta palavra não traduz ainda todo o desprezo do objeto significado. Não há dúvida de que rima bem com criadagem e parolagem, afilhadagem e ladroagem. Mas não tem o mesmo vigor de expressão que os seus consoantes. Quem lhe dará o batismo adequado? Politiquice? Politiquismo? Politicaria? Politicalha? Neste último, sim, o sufixo pejorativo queima como ferrete, e desperta ao ouvido uma consonância elucidativa.Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente.A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis.A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou um conjunto de funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.Rui Barbosa.Trechos escolhidos de Rui Barbosa.Edições de Ouro: Rio de Janeiro, 1964

FILOLOGIA


Filologia: alguns conceitos teóricos e epistemológicos
Em grego philos quer dizer "amigo" e logos, palavra, discurso. A filologia é a área do conhecimento especializada no trato com os textos sendo que o texto de literatura ocupa um lugar privilegiado na história dessa disciplina. O filólogo trabalha com o texto em diferentes níveis.
Estabelecimento do texto através do estudo e análise dos manuscritos, anotações e diversas versões do texto. No caso de textos antigos o filólogo deve confrontar diferentes manuscritos para poder estabelecer uma versão crítica e rigorosa do texto.
Em certos casos ele também tentará estabelecer a autoria de textos anônimos ou de atribuição duvidosa. Também faz parte do trabalho do filólogo a análise do texto de diversos pontos de vista: morfológico, sintáxico e semântico bem como o estudo do objeto de que o texto trata.
Categorização do dos textos conforme seu gênero, tema e estrutura. A filologia histórica se encarrega ainda da análise do contexto do texto estudado com destaque para os seus aspectos sociais e políticos.
A filologia trabalha com várias áreas do saber, tais como a Retórica, a Poética, a Gramática, a Lingüística, a Lexicografia, a Prosódia, a Métrica, a Estilística e a Teoria e História e da Literatura. A história da filologia remonta à Antigüidade e às primeiras análises interpretativas da obra de Homero já no século VI a.C.. Ao longo do século XVIII iniciou-se um processo de separação das filologias clássicas (voltadas para os textos da tradição greco-romana) e das filologias modernas (voltadas para o estudo das literaturas em línguas nacionais: filologia francesa, alemã, italiana, portuguesa).
No século XIX ocorreu uma nova cisão: a Lingüística, a Teoria Literária e a Literatura Comparada começaram a se estabelecer como disciplinas autônomas. De qualquer modo a filologia continuou sendo uma área do conhecimento fundamental para aquele que trabalha com a literatura: hoje em dia ela é sinônimo de rigor no trato com os textos e de pensamento pautado pela questão histórica.
De certo modo, após um longo domínio de abordagens sócio-históricas nos estudos literários, a filologia trouxe uma nova modalidade de valorização do elemento histórico da produção cultural. A análise interpretativa fica agora mais a cargo das abordagens críticas da Teoria Literária. Hoje o filólogo é sobretudo o responsável pela preparação de edições críticas de autores clássicos (antigos e modernos): um trabalho árduo e essencial para todas chamadas ciências humanas.

02/09/2008

VAMOS REFLETIR, SÓ UM POUQUINHO?Leia o comentário abaixo e analise as provas da Fuvest.

Mais um semestre se aproxima e com ele vem o primeiro desafio: o ENEM. Segundo o governo é uma “prova para testar os conhecimentos e preparar para os vestibulares”…. Eis a Verdade:

1 - O Enem não tem nada a ver com vestibular nenhum exceto aqueles das faculdadezinhas de fundo de quintal.
2 - O nível da prova é ridículo. Qualquer um consegue fazer. Vai fazer um FUVEST pra ver se sai. Não tem comparação. O ENEM não é nada perto de nenhum vestibular decente…
3 - As questões são pessimamente mal elaboradas. São 50 linhas de texto com a seguinte pergunta no final: quanto é 1 + 1 ?
4 - O ENEM não prepara você pra nada… No máximo deixa sua bunda quadrada.
5 - Os pontos a mais que ele dá no vestibular… sem comentários… se o candidato for depender de 2 pontos pra entrar… pode se preparar melhor procurando um cursinho pra reaprender… pq vai rodar.
Eis o que acontece em uma prova de segunda fase em UNICAMP ou FUVEST ou UNIFESP ou UNESP ou qualquer outra… é uma prova verdadeiramente BIGORNA:
fonte:http://bigornanews.wordpress.com/2008/07/21/enem-exame-nacional-do-ensino-medio/

COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DO ENEM 2008

Célia Passoni, professora de português do Curso Etapa, elogiou a questão sobre os ideogramas chineses. Na opinião dela, a pergunta foi “muito bem feita e só exigiu raciocínio lógico” para chegar à resposta correta. A questão mostra a linguagem milenar usada pelos chineses (com símbolos) e pede que o aluno aponte a evolução do ideograma para formar a palavra “luta”.

“Se o aluno seguisse o raciocínio lógico, ficaria muito fácil chegar na resposta correta. Luta sempre envolve duas pessoas e a alternativa correta mostra todas as figuras em perfeita simetria, uma de frente para a outra, como se fossem duas pessoas lutando”, avaliou a professora. Para Célia, a questão é de nível médio. Já para a coordenadora do Cursinho da Poli, Alessandra Venturi, a questão que aborda ideograma é uma “pegadinha”. “Ela exigia leitura de imagem”, afirma.

A questão sobre o jogo-da-velha foi merecedora de elogios. Para Carlos Shine, professor de matemática do Curso Etapa, ela é bastante criativa e exigiu apenas raciocínio lógico dos candidatos. “Todo mundo conhece o jogo da velha, os alunos com certeza já jogaram um dia. É uma pergunta bem elaborada, que exige que o aluno aponte as possibilidades para ganhar o jogo sem uma fórmula matemática específica”, disse o professor. Segundo ele, essa questão foi bastante interessante porque deu chances “iguais” para todos os alunos resolverem.



VEJAM ALGUNS COMENTÁRIOS:

Joel comentou: 1 de Setembro de 2008 às 7:54 pm
Esse teste foi muito fácil…questões de nível baixo e muito dedutivas. Não sei como falam que estava difícil e bem elaborada. Acertei 60 questões…




Patricia comentou: 1 de Setembro de 2008 às 5:41 pm
Na minha opinião estou de acordo com o comentário do Weslley, para nós que estudamos em escolas públicas esse tipo de teste tornasse muito difícil, pois o ensinamento que nos é passado é muito fraco em comparação ao conhecimento que precisamos para conseguir pelo menos um bom resultado!Acho também que além dos alunos, os professores também deverião fazer o ENEM.De preferência obrigados à fazer os professores de escolas públicas, para avaliar os conhecimentos destes,que por sinal, muitos irião “piores” do que muitos alunos.Não adianta querer exigir muito dos alunos se nem os professores estão prontos para transmitir tais conhecimentos!

01/09/2008

SEMIÓTICA

A semiótica e seu objeto de estudo
Semiótica, semiologia ou ciência dos signos, segue uma
breve definição:
O nome Semiótica vem da raiz grega semeion, que quer dizer
signo. Semiótica é a ciência dos signos. (...) é a ciência geral
de todas as linguagens, de toda e qualquer linguagem.
(SANTAELLA, 1999, p. 7)
A Semiótica é a ciência que tem por objetivo de investigar to-
das as linguagens possíveis, ou seja, que tem por objetivo o
exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenôme-
no como fenômeno de produção de significação e de sentido.
(Id., ibid.)
(...) campo de abrangência da Semiótica é asto, mas não inde-
finido. O que se busca descrever e analisar nos fenômenos é
sua constituição como linguagem. (...) a Semiótica busca divi-
sar e deslindar seu ser de linguagem, isto é, sua ação de signo.
Tão-só e apenas. E isso já é muito.
(Id., ibid., p. 13-4)
De acordo com o Cenep – Centro de Estudos Peirceanos
(Internet, disponível em: http://www.pucsp.br/pos/cos/cepe/se-
miotica/semiotica.htm#7 Acesso em: 10 de junho de 2007.)
existem três “tipos” de semiótica:
• Semiótica peirceana (PEIRCE) – tem por objeto de estudo a
universalidade epistemológica e metafísica; envolvendo, numa
influência tri-relativa, a cooperação de três sujeitos, como por
exemplo, um signo, o seu objeto e o seu interpretante;
• Semiótica estruturalista/Semiologia (SAUSSURE; LÉVI-
STRAUSS; BARTHES; GREIMAS)
– tem por objeto de estudo
os signos verbais;
Semiótica russa ou semiótica da cultura (JAKOBSON;
HJELMSLEV; LOTMAN)
– tem por objeto de estudo a lingua-
gem, literatura e outros fenômenos culturais, como a comunicação não-verbal e visual, mito, religião.
Origens da Semiótica

Muito antes que o termo "semiótica" fosse utilizado, já encontramos investigações a respeito dos signos. Tais origens se confundem com as da própria filosofia: Platão já se preocupou em definir o signo em seus diálogos sobre a linguagem. No séc. XVII, John Locke "postulou uma ‘doutrina dos signos’ com o nome de Semeiotiké" e, em 1764, Johann H. Lambert escreveu "um tratado específico intitulado Semiotik" (Nöth, 1995:20). O termo deriva etimologicamente do grego semeîon (signo) e sema (sinal), tendo originado diversos termos tais como semeiotica, semeiologia, sematologia, semologia etc. No entanto, só em 1964 é que Thomas Sebeok publicou uma coletânea chamada Approaches to semiotics, dando à palavra a forma plural que, no inglês, caracteriza a denominação de uma ciência.Tal preocupação etimológica visa, além de elucidar o processo diacrônico sofrido pelo termo, abrir espaço para discutir duas grandes correntes do Século XX no campo do estudo dos signos: a semiologia e a semiótica. Embora ao final dos anos 60 tenha sido adotada a palavra "semiótica como termo geral do território de investigações nas tradições da semiologia e da semiótica geral" (Nöth, 1995:26), ainda hoje encontramos inclinações determinadas pelo que podemos chamar de ...A Disputa do SéculoEm paralelo com o desenvolvimento da "corrente semiótica" – inspirada na obra de Charles Sanders Peirce (1839-1914) – nasce no esteio do Curso de Lingüística Geral (1916) de Ferdinand de Saussure a semiologia como ciência geral dos signos. Para ser mais preciso, surgirão realmente duas correntes de estudos semióticos cuja preocupação com o signo é inferior à dos textos propriamente ditos e das estruturas menores dos signos verbais (semas, sememas, lexemas etc.): são elas a Semiótica Narrativa do Discurso (francesa) e a Semiótica da Cultura (russa). O que essas linhagens apresentam em comum são o enraizamento lingüístico e o caráter diádico de suas categorizações e classificações.A semiótica peirceana apóia-se, como o semeîon platônico e o aristotélico, num esquema triádico, ao passo que a semiologia pós-saussureana vê o signo de forma dual. A posição da ciência do signo no conjunto com as demais ciências é outra divergência entre as duas correntes: a semiótica surge como uma "filosofia científica da linguagem" (Santaella, idem, 28) enquanto a semiologia é proposta inicialmente por Saussure como um ramo da psicologia social – a englobar a própria lingüística como um de seus ramos (Nöth, 1996:19)–, para a seguir sofrer uma tentativa de inversão quando Barthes sugere que a semiologia é que deveria ser um ramo da lingüística (Barthes, 1988:13).
As características que melhor diferenciam a corrente peirceana das demais é sua preocupação central com o signo, seu conceito triádico de signo (e não diádico, como as outras), sua fenomenologia supra-lingüística e a dinamicidade radical do processo semiósico.
Por ter nascido num berço pragmaticista, muitos esperam que a semiótica venha com um manual de aplicação – e, de quebra, garantia de um ano após a aquisição – o que de fato não ocorre. As "ferramentas" da ciência dos signos se mostram úteis nos mais diversos campos de investigação justamente por sua abertura e amplitude. Mais do que descrever em quais classes ou categorias se inscrevem os signos, a semiótica permite a compreensão do jogo complexo de relações que se estabelecem numa semiose ou num sistema delas. Ao ordenar esse conjunto de relações, podemos antever o seu significado e aplicabilidade no mundo da(s) linguagem(ns). É nesse processo que os dados da realidade podem ganhar o status de informação, conhecimento e, em alguns casos, sabedoria.