01/09/2008

SEMIÓTICA

A semiótica e seu objeto de estudo
Semiótica, semiologia ou ciência dos signos, segue uma
breve definição:
O nome Semiótica vem da raiz grega semeion, que quer dizer
signo. Semiótica é a ciência dos signos. (...) é a ciência geral
de todas as linguagens, de toda e qualquer linguagem.
(SANTAELLA, 1999, p. 7)
A Semiótica é a ciência que tem por objetivo de investigar to-
das as linguagens possíveis, ou seja, que tem por objetivo o
exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenôme-
no como fenômeno de produção de significação e de sentido.
(Id., ibid.)
(...) campo de abrangência da Semiótica é asto, mas não inde-
finido. O que se busca descrever e analisar nos fenômenos é
sua constituição como linguagem. (...) a Semiótica busca divi-
sar e deslindar seu ser de linguagem, isto é, sua ação de signo.
Tão-só e apenas. E isso já é muito.
(Id., ibid., p. 13-4)
De acordo com o Cenep – Centro de Estudos Peirceanos
(Internet, disponível em: http://www.pucsp.br/pos/cos/cepe/se-
miotica/semiotica.htm#7 Acesso em: 10 de junho de 2007.)
existem três “tipos” de semiótica:
• Semiótica peirceana (PEIRCE) – tem por objeto de estudo a
universalidade epistemológica e metafísica; envolvendo, numa
influência tri-relativa, a cooperação de três sujeitos, como por
exemplo, um signo, o seu objeto e o seu interpretante;
• Semiótica estruturalista/Semiologia (SAUSSURE; LÉVI-
STRAUSS; BARTHES; GREIMAS)
– tem por objeto de estudo
os signos verbais;
Semiótica russa ou semiótica da cultura (JAKOBSON;
HJELMSLEV; LOTMAN)
– tem por objeto de estudo a lingua-
gem, literatura e outros fenômenos culturais, como a comunicação não-verbal e visual, mito, religião.
Origens da Semiótica

Muito antes que o termo "semiótica" fosse utilizado, já encontramos investigações a respeito dos signos. Tais origens se confundem com as da própria filosofia: Platão já se preocupou em definir o signo em seus diálogos sobre a linguagem. No séc. XVII, John Locke "postulou uma ‘doutrina dos signos’ com o nome de Semeiotiké" e, em 1764, Johann H. Lambert escreveu "um tratado específico intitulado Semiotik" (Nöth, 1995:20). O termo deriva etimologicamente do grego semeîon (signo) e sema (sinal), tendo originado diversos termos tais como semeiotica, semeiologia, sematologia, semologia etc. No entanto, só em 1964 é que Thomas Sebeok publicou uma coletânea chamada Approaches to semiotics, dando à palavra a forma plural que, no inglês, caracteriza a denominação de uma ciência.Tal preocupação etimológica visa, além de elucidar o processo diacrônico sofrido pelo termo, abrir espaço para discutir duas grandes correntes do Século XX no campo do estudo dos signos: a semiologia e a semiótica. Embora ao final dos anos 60 tenha sido adotada a palavra "semiótica como termo geral do território de investigações nas tradições da semiologia e da semiótica geral" (Nöth, 1995:26), ainda hoje encontramos inclinações determinadas pelo que podemos chamar de ...A Disputa do SéculoEm paralelo com o desenvolvimento da "corrente semiótica" – inspirada na obra de Charles Sanders Peirce (1839-1914) – nasce no esteio do Curso de Lingüística Geral (1916) de Ferdinand de Saussure a semiologia como ciência geral dos signos. Para ser mais preciso, surgirão realmente duas correntes de estudos semióticos cuja preocupação com o signo é inferior à dos textos propriamente ditos e das estruturas menores dos signos verbais (semas, sememas, lexemas etc.): são elas a Semiótica Narrativa do Discurso (francesa) e a Semiótica da Cultura (russa). O que essas linhagens apresentam em comum são o enraizamento lingüístico e o caráter diádico de suas categorizações e classificações.A semiótica peirceana apóia-se, como o semeîon platônico e o aristotélico, num esquema triádico, ao passo que a semiologia pós-saussureana vê o signo de forma dual. A posição da ciência do signo no conjunto com as demais ciências é outra divergência entre as duas correntes: a semiótica surge como uma "filosofia científica da linguagem" (Santaella, idem, 28) enquanto a semiologia é proposta inicialmente por Saussure como um ramo da psicologia social – a englobar a própria lingüística como um de seus ramos (Nöth, 1996:19)–, para a seguir sofrer uma tentativa de inversão quando Barthes sugere que a semiologia é que deveria ser um ramo da lingüística (Barthes, 1988:13).
As características que melhor diferenciam a corrente peirceana das demais é sua preocupação central com o signo, seu conceito triádico de signo (e não diádico, como as outras), sua fenomenologia supra-lingüística e a dinamicidade radical do processo semiósico.
Por ter nascido num berço pragmaticista, muitos esperam que a semiótica venha com um manual de aplicação – e, de quebra, garantia de um ano após a aquisição – o que de fato não ocorre. As "ferramentas" da ciência dos signos se mostram úteis nos mais diversos campos de investigação justamente por sua abertura e amplitude. Mais do que descrever em quais classes ou categorias se inscrevem os signos, a semiótica permite a compreensão do jogo complexo de relações que se estabelecem numa semiose ou num sistema delas. Ao ordenar esse conjunto de relações, podemos antever o seu significado e aplicabilidade no mundo da(s) linguagem(ns). É nesse processo que os dados da realidade podem ganhar o status de informação, conhecimento e, em alguns casos, sabedoria.

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