08/07/2008

soneto "Língua Portuguesa", de Olavo Bilac:

LÍNGUA PORTUGUESA - Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela..

.Amote assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o tom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

2 comentários:

Anônimo disse...

O poema é realmente intrigante com uma visão muito complexa do surgimento da língua portuguesa e por odas a "fases" que ela percorreu durante esse período histórico.

Tamires disse...

Amei!
Nossa Linda Língua Portuguesa!